Correios derrubam liminar que afastou 6 vice-presidentes
Os Correios informaram nesta sexta-feira, 13, que conseguiram derrubar a liminar do juiz federal substituto Márcio de França Moreira, da 8ª Vara do Distrito Federal, que afastou seis vice-presidentes da estatal dos respectivos cargos.
O magistrado considerou que a empresa descumpriu as exigências da Lei das Estatais. Os nomes tinham sido aprovados em agosto do ano passado. Com a decisão, os vice-presidentes retomam imediatamente as suas funções rotineiras”, informou a estatal.
A decisão do magistrado, proferida na terça, dia 10, atendeu a pedido de urgência de uma ação civil pública da Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap). O juiz concedeu a limar por entender, segundo ele, que há risco de dano ao interesse público e ao patrimônio da empresa pelo descumprimento da norma.
Entre os seis nomes aprovados pelo conselho, apenas dois são funcionários de carreira: Eugenio Walter Pinchemel Montenegro, para vice-presidente corporativo, e Cristiano Barata Morbach, para vice-presidente da rede de agências e varejo.
Paulo Roberto Cordeiro, que já foi secretário do governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, do mesmo partido do presidente dos Correios e do ministro das Comunicações, Gilberto Kassab (PSD), foi indicado para vice-presidente de serviços.
Henrique Dourado, que já comandou a Loteria Mineira e é afilhado do deputado federal Diego Andrade, do PSDB, foi aprovado como vice-presidente do negócio postal. Francisco Arsênio de Mello Esquef, do PR, foi escolhido para a vice-presidência de finanças. Darlene Pereira, para a vice-presidência de encomendas.
Cada vice-presidente tem remuneração mensal de R$ 40,6 mil. A direção anterior estava sendo ocupada, em sua maioria, por indicados do PDT, partido do ex-presidente Giovanni Queiroz, médico e fazendeiro.
Da gestão anterior, foram mantidos José Furian Filho como vice-presidente de logística e Heli Siqueira de Azevedo como vice-presidente de gestão de pessoas. O primeiro é funcionário de carreira da estatal, mas tem o respaldo do PMDB. Azevedo é da leva do PDT.
No vermelho
Mesmo com o monopólio da entrega de cartas pessoais e comerciais, cartões-postais e malotes, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) fechou no vermelho nos quatro últimos anos, sendo que em 2016 o prejuízo ficou em R$ 2 bilhões, resultado semelhante ao de 2015.
Em crise, a empresa vai oferecer PDV aos funcionários em 2017. O plano já foi aprovado pelo Ministério do Planejamento no fim do ano passado. A expectativa é que entre seis e oito mil servidores deixem a estatal dentre os 13 mil que estariam em condições de aderir à saída voluntária da empresa.
O plano, antecipado pelo jornal “OEstado de S. Paulo”, prevê complementação salarial a ser pago durante oito anos aos servidores que se desligarem. A companhia estima que, se for bem-sucedido, o PDV trará economia de R$ 850 milhões a R$ 1 bilhão por ano para a estatal.
Fonte: Estadão