Conselheiro de Dilma fala em 'lobby do setor financeiro' e é contra alta da Selic

Apesar de a presidente Dilma sinalizar a possibilidade de um aumento “menor” na taxa de juros na reunião desta quarta-feira (17) do Copom (Comitê de Política Monetária), seus conselheiros mais próximos dentro do governo seguem contrários à alta da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira.

Segundo um destes conselheiros, “há um forte lobby do setor financeiro, que estava acostumado a ganhar dinheiro fácil, para que a taxa de juros volte a subir”.

Na opinião deste ministro, com acesso direto ao gabinete presidencial, o BC (Banco Central) deveria esperar mais um pouco antes de decidir se eleva ou não a Selic.

Apesar de a inflação ter estourado o teto da meta de 6,5% em março –a variação acumulada do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 12 meses bateu em 6,59%–, ele argumenta que ela está em queda e deve seguir neste ritmo em abril e maio e o ritmo de crescimento ainda moderado da economia desaconselha um aperto monetário.

Assessores presidenciais avaliam, porém, que há uma forte tendência de o Copom anunciar hoje um aumento dos juros. Atualmente, a Selic está em 7,25% ao ano, menor patamar da história.

Segundo esses assessores, a senha de que um aumento está próximo foi dada não só pela presidente, mas também pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) e pelo presidente do BC, Alexandre Tombini.

Nos últimos dias, os três fizeram comentários de que o governo não vai tolerar inflação alta e que vai atacá-la “sistematicamente” e Mantega fez questão de dizer que expectativas negativas sobre os rumos da inflação podem ser combatidas com a taxa de juros.

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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