Cientista político analisa cenário eleitoral de Alagoinhas e cita derretimento de Paulo Cezar
O cientista político baiano Cláudio André, um dos mais conceituados do Brasil, analisou o cenário eleitoral de Alagoinhas nesta reta final da campanha, quando faltam 12 dias para os eleitores decidirem o futuro do município.
Para ele, as pesquisas têm se tornado um grande elemento de conhecimento sobre os cenários eleitorais das diversas cidades brasileiras. “A gente está vivendo um aumento gigantesco e significativo de uso das pesquisas. No caso de Alagoinhas, a gente tem o instituto Séculus fazendo uma rodada de três pesquisas, que mostraram exatamente como está o sentimento do eleitorado alagoinhense”, afirmou o estudioso, acrescentando que “está acompanhando de perto por Alagoinhas ser uma das 20 maiores cidades baianas e uma das maiores do Brasil”.
Segundo Cláudio André, o cenário coloca Gustavo Carmo com um grupo político muito mais amplo do que foi formado nas eleições passadas. “Por nunca ter sido candidato a prefeito e se colocando nesta posição em 2024, é natural que houvesse inicialmente um processo de desconhecimento e ao longo do tempo, naturalmente, um aumento gradual do nível de conhecimento e isso influência a intenção de voto”, salientou o cientista político ao fazer referência à candidatura de Gustavo Carmo.
Na sequência de sua análise, ele diz que “há um crescimento contínuo de Gustavo Carmo e queda de Paulo Cezar”.
Ele atribui a queda de Paulo Cezar à uma série de fatores: ausência nos debates, um posicionamento nas redes sociais que vai muito na direção de tratar a política como algo festivo, de entretenimento, diferindo dos interesses de um perfil de eleitorado que quer ver o debate de políticas públicas que tragam soluções para o dia a dia da cidade, e a inexistência de um grupo político forte que sustente sua candidatura.
De acordo com o cientista político e professor doutor, o que os resultados das três pesquisas do instituo Séculus efetivamente mostraram é o derretimento político de Paulo Cezar e a rota de crescimento de Gustavo Carmo.
Ele também falou sobre dois desafios, que são os 18,39% de indecisos e o percentual de 4,18% que afirmaram na última pesquisa que votarão branco, nulo ou em nenhum dos candidatos. “Nesta reta final, o convencimento, a conversa e o dia a dia da corrida pelo voto vai se dar exatamente neste público, que ainda não decidiu em quem votará”, salientou.
Cláudio André é professor adjunto da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB -, cientista político, analista político, pesquisador e doutor em Ciências Sociais.