Brasil vira 3º maior mercado para a Nike
Com a chamada “década esportiva” brasileira, o país está no foco de atenção da Nike. O presidente mundial, Mark Parker, afirmou em entrevista à Folha que o mercado do Brasil se tornou o terceiro maior do mundo para a empresa, atrás apenas dos Estados Unidos e da China.
O título foi adquirido neste ano, quando o país deixou para trás Reino Unido e Japão. “O Brasil é um dos países em que a Nike vê as maiores oportunidades para crescer”, disse Parker.
A projeção da companhia é atingir um faturamento de US$ 2 bilhões no país daqui a cinco anos -o dobro do previsto para o ano fiscal encerrado em junho de 2014.
O fato de o país sediar os eventos esportivos e ter uma classe média que “está entre as que crescem mais rápido no mundo” ajuda a explicar o entusiasmo. Outro ponto é a cultura de consumo, que, segundo ele, desenvolve-se rapidamente.
A empresa também vê oportunidade em meio à queda da atividade física no país. De acordo com o executivo, o nível de atividade física no Brasil caiu 6% entre 2002 e 2007. Nesse ritmo, terá diminuído 34% até 2030.
Em parceria com nove organizações, a Nike anunciou o “Desenhando para o Movimento”, que vai direcionar até US$ 16 milhões para combater a inatividade física.
O problema ocorre com o aumento de pessoas com acesso às conveniências da vida moderna. A expectativa é que a campanha tenha impacto nos negócios.
A iniciativa deve dar mais visibilidade à Nike, que disputa espaço com a Adidas, patrocinadora oficial da Copa do Mundo no país.
A Nike patrocina dez times da Copa do Mundo, incluindo a seleção brasileira.
“Estamos numa posição muito boa. O nosso negócio no futebol está mais forte do que nunca.”
AMPLIAÇÃO
Após inaugurar em outubro operação de comércio eletrônico, a empresa quer abrir mais 20 lojas próprias até 2016. Atualmente, são 30.
Três serão lojas “experiência”, nas quais é possível testar os produtos. Ipanema (Rio) abriga a única unidade nesse modelo do Brasil. Segundo a Nike, só cinco cidades do mundo têm loja equivalente.
Outra proposta da empresa é continuar com a ampliação da produção local em fábricas terceirizadas. Hoje, a Nike fabrica no país 45% do que vende localmente.
“É importante, para nós, continuar a trabalhar com o governo para ver como avançamos.”
Segundo o executivo, o Brasil tem um dos maiores percentuais de fabricação local de produtos vendidos internamente, mas a empresa quer aumentar ainda mais a produção.
Fonte: Folha de São Paulo