Brasil deverá abrir 26 novos shoppings em 2015

Os empreendedores de shopping centers planejam inaugurar 26 estabelecimentos este ano. Mais da metade desse total foi herdada de 2014, porque os empreendedores adiaram os planos de inaugurações. Entre expansões e construção de novos shoppings, R$ 16,3 bilhões serão aplicados no setor este ano, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

Tanto a cifra investida quanto o número de inaugurações programadas para este ano são praticamente as mesmas de 2014. A diferença é que 14 novos shoppings que vão abrir as portas este ano deveriam ter começado a funcionar no ano passado. No início de 2014, o setor esperava abrir 43 shoppings, mas fechou o ano com um pouco mais da metade: 25 inaugurações. Além de postergar 14 shoppings para este ano, os empreendedores adiaram a abertura de 4 para 2016.

O novo presidente da Abrasce, Glauco Humai, pondera que vários fatores contribuíram para esse adiamento e que esse movimento não pode ser atribuído só ao fraco desempenho da economia. “É muito comum que algumas inaugurações fiquem para o ano seguinte”, justificou. Entre esses fatores, ele apontou a demora para obter licenças, a própria estratégia dos empreendedores e questões relacionadas ao momento da economia. “Foi todo esse mix que acarretou esse adiamento.”

Os 520 shoppings brasileiros faturaram R$ 142,3 bilhões no ano passado, com crescimento nominal de 10,1%. Descontada a inflação do período, a receita avançou 3,5%. Para este ano, a expectativa é ampliar as vendas em 8,5% em termos nominais e em cerca de 2%, descontada a inflação esperada de 6,5%.

“2014 foi um ano desafiador. Para 2015 esperamos um ano difícil”, disse Humai. No radar do setor estão os juros elevados, inflação alta, oferta de crédito apertada e pressão sobre a massa salarial. “Tudo isso acarreta impactos no setor. Mas, por conta da nossa gestão eficiente e do mix de lojas, esperamos um ano com crescimento bastante razoável”, afirmou.

A fórmula do setor para ampliar as vendas num ano em que os economistas esperam desaceleração do varejo e estagnação do Produto Interno Bruto (PIB) é a mesma usada em 2014. Isto é, trazer para os shoppings os consumidores que fazem compras em lojas de rua e avançar em cidades menores, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Interior

Em 2014, pela primeira vez, o número de shoppings localizados em cidades do interior do País ultrapassou o das capitais. O ano fechou com 51% dos empreendimentos em operação localizados em cidades do interior, dos quais 41% em municípios com até 500 mil habitantes. As capitais ficaram com 49% dos shoppings.

O foco em cidades do interior também se repetiu nas inaugurações realizadas no ano passado. Um quarto dos shoppings que abriram as portas em 2014 estavam em capitais e 75% em cidades do interior. Para este ano, 58% dos shoppings programados serão em cidades do interior, quase a metade (46%) em municípios com até 500 mil habitantes. As capitais vão absorver 42% dos empreendimentos.

Dentro do processo de interiorização do consumo, vários resultados do censo da Abrasce chamam a atenção. Dos 26 shoppings programados para este ano, 12 estão localizados em cidades que vão ter shopping pela primeira vez. Quatro delas estão na região Nordeste, uma na região Norte e outra no Centro-Oeste. O restante dos municípios ficam no Sudeste. Parte dos planos para essas regiões é explicada pelo desempenho de 2014. A região Norte foi a que teve maior crescimento de vendas (28,2%), seguida pela Nordeste (27,9%) e a Centro-Oeste (25,9%). Sul e Sudeste registraram avanço de um dígito.

Fonte: O Estado de São Paulo

 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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