BATE PRONTO 117
A democracia, apesar da sujeira literal provocada pelos políticos, ainda é o melhor mecanismo para a rotatividade do poder, sempre necessária e previdente. Ganhar e perder fazem parte do jogo, no qual o eleitor, pelo menos no momento do voto, é o senhor dos candidatos. Alagoinhas viveu ontem (2) um dia histórico: a era PC começou a trilhar seu fim, após sete anos e nove meses de poder. É o ciclo da vida e da democracia.
Derrota I
A imposição do nome de Sônia Fontes e o amor desmedido pelas qualidades técnicas de sua candidata levaram o prefeito Paulo Cezar a criar um mundo particular. Que funcionava com as regras definidas por ele, aparentemente pétreas, desconsiderando as múltiplas variáveis do processo eleitoral, complexo ao extremo, que não permite vacilações.
Derrota II
A capacidade de transferência de votos de Paulo Cezar foi testada mais uma vez e falhou, como havia acontecido em 2014, quando não conseguiu eleger João Rabelo à Assembleia Legislativa. Mas também é preciso considerar um fato irrefutável: a candidata oficial derrotada é pesada demais. E ainda carregava o peso do ex-futuro primeiro damo.
Derrota III
Um secretário afirmou ao editor da coluna que a derrota tem vários motivos, mas um em especial: a traição de aliados, inclusive detentores de cargos de confiança, que participaram das caminhadas de Sônia Fontes, mas ontem (2) votaram em Joaquim Neto. Cada um vai apresentar versões para a derrota, mas o fato concreto é que ela foi esmagadora.
Derrota IV
No final da manhã de ontem, nas proximidades do CETEP, por mera coincidência, encontrei-me com João Rabelo, secretário de Governo, Ranniery Miranda, secretário de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente. Logo a seguir, chegou o engenheiro civil Filadelfo Neto, companheiro de chapa de Sônia Fontes, que me cumprimentou cordialmente e disse: “Tá ganha”. Naquele momento, tive quase certeza da vitória de Joaquim Neto. O prefeito Paulo Cezar apenas brincou e não fez nenhum prognóstico. Teve mais juízo do que Delfinho.
Derrota V
A partir de hoje (3), jornalistas da Secretaria Municipal de Comunicação terão que começar a procurar emprego. Eles certamente não ficarão na administração de Joaquim Neto. Duas jornalistas, super discretas, não partiram para o confronto. Em atitude completamente oposta, Leonardo Coutinho, assessor da fracassada campanha de Sônia Fontes, se envolveu em muitas confusões, distribuiu impropérios, se apropriou de domínio alheio (www.joaquimneto25.com.br), alegando ser estratégia de marketing (não sabe nada sobre esta área) e ofendeu especialmente o editor da coluna e do AH. Mero tarefeiro, soldado raso na campanha de Sônia Fontes, Coutinho precisa aprender primeiramente o uso correto da vírgula, algo natural nas primeiras séries do ensino fundamental.
Derrota VI
Ele – o Coutinho birrento – poderia investir em seu site e tentar concorrer com o Alagoinhas Hoje. E mais: convencer o (a) futuro (a) secretário (a) de Comunicação da Prefeitura de Alagoinhas que seu veículo tem audiência e merece uns trocados pela exposição de publicidade governamental. Como seu verbo é ruim e o poder de convencimento muito pobre, aconselha-se ao escrevinhador que briga com as letras que se retire de Alagoinhas. Sem a madrinha no poder, após derrota fragorosa, não haverá espaço para este cidadão em Alagoinhas.
Derrota VII
Na condição de candidata do prefeito Paulo Cezar, com mera expectativa de poder, Sônia Fontes andou dando esporros em secretários da Prefeitura de Alagoinhas, exigindo providências no tempo que ela considerava adequado. Sua personalidade autoritária criou muitos problemas para PC.
Vitória I
A vitória de Joaquim Neto na eleição de ontem tem várias explicações, mas uma é inquestionável: a partir de 2014, quando foi candidato à Assembleia Legislativa, ele construiu espaço político na cidade e se apresentou como alternativa eleitoral para a Prefeitura de Alagoinhas. Com trabalho, apoio de importantes segmentos e muita sorte, Joaquim Neto ganhou sua quarta eleição majoritária.
Vitória II
Geraldo Melo, pouco conhecido em Alagoinhas, foi um dos grandes responsáveis pela vitória de Joaquim Neto na disputa pela prefeitura.
Vitória III
Na terceira tentativa, Luciano Almeida (DEM) se elegeu vereador com 1.735 votos, sendo o terceiro dentre os disputantes. Na eleição passada, Luciano perdeu a cadeira efetiva por 37 votos.
Imprensa
Camaleônica, a imprensa alagoinhense, que foi cezista até ontem, brevemente será joaquinista. Microfones e teclados rapidamente estarão à disposição do novo mandatário municipal. PC será abandonado velozmente.
Maior
O vereador Radiovaldo Costa (Rede) saiu da eleição muito maior do entrou e se transformou em liderança política emergente na cidade. Sem estrutura de campanha, sem os apoios prometidos, que nunca chegaram, Costa obteve 11.738 votos e atingiu 15,65% das opções dos eleitores.
Menor
O deputado estadual Joseildo Ramos (PT) saiu da eleição menor do que entrou. Se sua situação política já não era boa, com a terceira derrota em cinco disputas majoritárias, o cenário se torna ainda pior. Com 16.395 votos e em terceiro lugar, Ramos amarga um resultado não esperado por seus apoiadores (mas bastante previsível). Terá que se reinventar se quiser continuar exercendo mandatos eletivos. Vai ser preciso, também, parar com a fixação que tem pela principal cadeira do Paço Municipal.
Tarja Preta
O Partido Verde não fez nenhum vereador. Três detentores de mandatos – Cabeça, Arão e Edilon – não asseguraram a permanência no parlamento municipal. Vão querer boquinhas no governo de Joaquim Neto? Quem duvida?
Composição
Ulysses Guimarães dizia: “Vocês que estão reclamando do Congresso Nacional, esperem o próximo. Será ainda pior”. A futura composição da Câmara de Vereadores de Alagoinhas não deixa dúvida: conseguirá ser muito pior do que a atual.
Presidente
O vereador Roberto Torres (DEM), reeleito ontem com 1.412 votos, poderá ser presidente do legislativo municipal nos dois primeiros anos (2017/2018) da próxima legislatura. O apoio do prefeito eleito Joaquim Neto será fundamental para pavimentar a candidatura de Torres.
Governo
Quem conhece o vereador reeleito Cleto da Banana (PTC) avisa: ele não aguenta ser oposição e trabalhará para se tornar governo. Mas alguns joaquinistas não querem conversa sobre este assunto. Muitos acham Cleto escorregadio demais. Tipo tabaréu sabido, que de bobo não tem nada. Cleto sentirá saudades de Paulo Cezar.
Renovação
A renovação do mandato do vereador Luciano Sérgio (PT) é bem-vinda e positiva para a qualificação do debate no parlamento. Entre 2017 e 2020, ele exercerá o terceiro mandato.
De Novo
A vereadora Raimunda Florêncio (PSD) se manterá no legislativo por mais quatro anos. Será seu sexto mandato.
Coincidência
Por mera “coincidência”, após o final da apuração dos votos, o acesso ao sistema de postagem de matérias do Alagoinhas Hoje foi normalizado.