A rodoviária de Alagoinhas é uma vergonha – Pedro Marcelino
Sou favorável à municipalização de equipamentos e órgãos públicos, quando se mostram do interesse coletivo. Eu mesmo, quando vereador, propus a municipalização do Ginásio de Esportes. Penso, no entanto, que os municípios devem pesar bastante as vantagens e desvantagens desse processo, os custos dessa operação, a disponibilidade de recursos, a capacidade de administrar a nova situação e, principalmente, um Plano de Ação imediato, a ser levado a efeito.
Os municípios precisam trabalhar em sintonia com os governos estaduais e da União, em questões mais complexas.
Faço esta introdução para me referir à vergonha que é, para nós alagoinhenses, a situação do Terminal Rodoviário de Alagoinhas.
Chamo a atenção para os riscos de um desabamento do telhado, o que já aconteceu com o de Catu, e que pode levar a vítimas fatais.
Em trinta anos de construído, o equipamento nunca passou por uma manutenção. A rodoviária de Alagoinhas está suja, os sanitários estão podres e os pobres mendigos e usuários de drogas, que precisam de assistência social, transformaram-na em residência.
A partir das 20 horas passageiros e taxistas ficam expostos, uma vez que não há policiamento e os bandidos têm toda facilidade para assaltar e roubar.
Em situações emergenciais, os passageiros não têm a quem se dirigir, não há um serviço de informações, não há administração, o abandono é total. É preciso compenetramo-nos da nova dimensão do desenvolvimento econômico e social do município de Alagoinhas. Não dá para brincar de gestor público.
Pelo nosso terminal passam milhares de passageiros em trânsito. De todo o país. Que impressão levam da terra, que pela qualidade da sua água, vem se tornando um atrativo polo industrial do ramo de bebidas, sua economia cresce e atrai gente de toda parte? Que impressão levam da “Terra da Laranja”?.
O passageiro em trânsito, se quiser fazer uma refeição, não tem restaurante. Como também , não tem uma farmácia, lan house, lotérica, loja de revistas ou de venda de artesanato ou souvenir.
Tudo isso vejo nas rodoviárias de Feira de Santana, Santo Antônio de Jesus e Cruz das Almas.
É urgente uma articulação entre a Prefeitura de Alagoinhas ,a Policia Militar, a AGERBA, o Juizado da Infância e da Adolescência para enfrentar os problemas aqui referidos.
Não desejo a crítica pela crítica e sei que o governo municipal está ciente destas questões.
Mas existem situações que chegam no limite da tolerância. Quanto à rodoviária de Alagoinhas, é preciso agir já, imediatamente.
Pedro Marcelino é ex-vice-prefeito de Alagoinhas