A construção de imagem pública – Maurílio Fontes

IMAGEM ARTIGO

A construção de imagem pública (o objetivo deste artigo é fazer avaliação no campo da política) é algo muito pessoal, intransferível e balizada em tempos históricos diferenciados. Não se repete, não obedece às receitas de bolos da vovó e nem pode estar fundamentada em discursos pasteurizados.

Políticos lidam cotidianamente com percepções dos cidadãos/eleitores, críticos por natureza e, na média, desconfiados quando recebem mensagens dos detentores de mandatos ou daqueles que desejam ocupar cargos públicos eletivos.

Imagem pública positiva leva anos para ser construída e é passível de destruição por fatos circunstanciais, na maioria das vezes, considerados irrelevantes (pelos políticos) e pouco danosos às carreiras já consolidadas ou em construção. Aí é que mora o perigo.

A formação da opinião pública não segue a lógica dos políticos, quase sempre ilógica e ao sabor dos ventos, como se fosse biruta de aeroporto.

Muitas vezes, é importante ressaltar, as formas conscientes de construção e/ou emissão de determinada imagem não são percebidas pela opinião pública como desejariam os políticos e seus consultores.

Faltando precisamente 11 meses para a eleição de 2016, os políticos de Alagoinhas, principalmente os postulantes ao Executivo, precisam conhecer os matizes imagéticos de suas trajetórias nos diversos segmentos da sociedade alagoinhense. Não se pode transigir nesta seara.

Entre nós, apesar da recente complexidade do município, o achismo tem sido a tônica na atuação dos políticos, quase sempre donos da verdade e incapazes de se submeterem à realidade nua e crua dos fatos. Imaginam-se como se fossem super-heróis.

Ledo engano, que amplia a margem de erro e gera vantagem competitiva aos adversários, a partir de uma regrinha primária em disputas eleitorais: ganha o pleito quem erra menos, apresenta discurso convincente e estabelece proximidade real com as demandas dos eleitores.

Todos os pré-candidatos à Prefeitura de Alagoinhas, se submetidos à simplérrima análise de PFOA (Pontos Fortes, Fracos, Oportunidades e Ameaças) apresentarão características positivas, em maior ou menor escala, áreas em que fraquejam, oportunidades a serem trabalhadas e ameaças que exigem vacinas para minimizar estragos às suas imagens públicas.

A realização de grupos focais, ferramenta mais complexa, seria muito bem-vinda, apesar dos valores necessários à sua implementação.

Até o momento, ao que se sabe, os pré-candidatos não estão avaliando suas imagens e muito menos trabalhando na reconstituição, daquilo que for possível, de aspectos aos quais os segmentos comunitários são refratários. Elevados índices de posicionamentos recalcitrantes às imagens/mensagens dos políticos podem inviabilizar de pronto as possibilidades futuras de vitória.

O tempo que resta até 2 de outubro de 2016, a depender da imagem do pré-candidato, poderá ser insuficiente para o reposicionamento imagético.

Conhecer a verdade agora é bom antídoto para que energias e recursos sejam economizados.

A realidade se impõe com força de um tsunami.

O vitorioso será, certamente, aquele que potencializar suas qualidades, estabelecendo linhas discursivas convincentes e mais lógicas possíveis, apresentando no decorrer da campanha projetos que encantem a maioria do eleitorado, sendo capaz de colar em seus adversários aspectos negativos, quase sempre rechaçados pela sociedade.

Alianças políticas, tempo de rádio, recursos financeiros e militância são outros itens importantes.

Quem já detém imagem pública positiva sairá na frente. O calendário é o grande inimigo dos políticos.

O tempo passa velozmente. Para muitos, o amanhã é urgente.

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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