“O jabá é institucionalizado”, diz Luiz Caldas

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A produção musical de Luiz Caldas é constante e intensa. A cada mês, o cantor, compositor e guitarrista lança um disco. Passeia por gêneros variados e grava no aconchego do seu home studio. Esse jeito caseiro, contudo, não é antagônico ao seu espírito carnavalesco.

“Sempre faço trio elétrico. É o meu lugar. Mas música é o que não falta. Acabei de lançar um disco infantil, Sapo Sapeca”, diz o músico. No próximo domingo, ele se apresenta no encerramento do projeto Domingo no Parque, às 11h, no Parque da Cidade, Itaigara.

“Vai ser um show dançante, alegre, pra cima, com muita música para o público cantar”. Em se tratando de Luiz Caldas, fazer o público balançar não é tarefa difícil. A lista de canções de sucesso é extensa: Fricote, Haja Amor, Tieta, Magia, É Tão Bom, entre outras.

A banda do cantor é formada por Claudinho Guimarães (teclado), Junior (baixo), Lalo (bateria), André Caldas e Paulinho Barbosa (percussão), Adson Santana (guitarra). No show, Luiz Caldas também vai apresentar músicas inéditas, que fazem parte da sua lavra autoral dos últimos meses. Uma delas é Malê do Mali, homônima ao disco dedicado ao axé music lançado em fevereiro deste ano.

Acostumado a lançar hits de axé ano após ano na década de 1980 e início dos anos 1990, ele admite que atualmente o funcionamento do mercado é diferente e, sobretudo, mais complicado. “Hoje em dia é mais difícil massificar uma canção, pois o jabá é institucionalizado. Além disso, tinha o Chacrinha, as pessoas participavam de coração”, opina.

Internet e divulgação

Segundo ele, a principal aliada na divulgação do trabalho é a internet. O artista pondera que, para ele, as redes funcionam porque a sua obra já é conhecida. “Se você é um cara famoso, tem uma história, ajuda muito, mas para quem está iniciando agora não é simples. A internet também vulgariza”.

A ligação do cantor com plataformas de música na internet é anterior à difusão em escala global das redes sociais. “Nesse período, no início da internet, já fazia biblioteca de música, entrava, conhecia novos compositores e também orquestras sinfônicas de outros lugares”, conta.

De alguns anos para cá, porém, a curiosidade com o que ele chama de “música moderna” vem diminuindo progressivamente. “Não me interessa, é mais tecnológica do que tocada. E eu sou instrumentista também. Tenho escutado só o que eu faço por isso, mas também porque não quero sofrer interferências de outros trabalhos”, explica.

O músico já tem programado o lançamento dos dois últimos álbuns do ano, o de novembro e o de dezembro, e o primeiro de 2017, para janeiro. O primeiro, Romã Azul, será dedicado à MPB, com participação do cantor e compositor Jorge Vercillo. Já em dezembro, apresenta a sua leitura da guitarrada do Pará em disco.

No auge do verão, em janeiro, ele divulga As Folhas, com faixas de ijexá. Nos registros das obras, Luiz Caldas sempre busca conexões com outros artistas. Já fez parcerias com Chico César, Fernanda Takai, Walter Franco, Jorge Mautner e em julho deste ano gravou com Gilberto Gil. “Tenho sorte de ter construído a minha carreira nos anos 1980”.

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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