Tempo dos “sem votos” em Alagoinhas – Maurílio Fontes

Anos pré-eleitorais são pródigos no aparecimento de candidatos sem votos, que dizem representar importantes segmentos sociais e querem, com suas candidaturas, “mudar o modus operandi da política.”

Em Alagoinhas, a regra está em plena vigência e começam a surgir nomes de possíveis prefeituráveis, cujos direitos de pleitear a chefia do Executivo são líquidos e certos.

Vontade pessoal é importante na política, mas apenas ela não basta para construir reais possibilidades de vitórias, sem que estejam irmanados ao desejo pessoal outros ingredientes fundamentais: estrutura partidária, níveis de conhecimento, capacidade de aglutinar apoios de segmentos não vinculados ao grupo original do postulante, condições de amealhar recursos (campanhas, todos sabem, estão cada dia mais caras e sofisticadas; nos bastidores, fala-se no montante de R$ 5 milhões para quem quiser disputar a Prefeitura de Alagoinhas), habilidade discursiva e implementação de táticas e estratégias profissionais. 

Microfones à disposição não garantem passagens automáticas para o poder. Os púlpitos, espalhados pela cidade, podem ser instrumentos alavancadores de candidaturas, mas nunca as únicas vigas de sustentabilidade. Controlar verbas de secretarias municipais importantes fortalece o gestor circunstancial, mas ainda é pouco se a partir daí as relações políticas não forem aprofundadas. 

É preciso mais, muito mais para alcançar a vitória em uma disputa majoritária municipal. 

Vivemos, neste início de 2015, o tempo dos sem votos. Tempo de ilusões. Tempo de completa desconexão com a realidade política de Alagoinhas. Tempo de franco atiradores. Tempo de discursos fáceis e irrelevantes. Mas o tempo, senhor de si mesmo, sempre recoloca as coisas nos devidos lugares.

Basta esperar para ver e sentir o peso da ampulheta do tempo.

Maurílio Fontes é editor do Alagoinhas Hoje

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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