Curso de Medicina é uma grande conquista para Alagoinhas – Maurílio Fontes

Existem dias que marcam a história, impactam no futuro de um povo e abrem possibilidades para as novas gerações. Instauram abordagens diferenciadas e transformam de maneira positiva o amanhã. 

A garantia de instalação do curso de Medicina, mesmo que de instituição privada, formalizada ontem por representantes das três esferas governamentais, no primeiro dia do último quadrimestre de 2014, é relevante sob todos os aspectos, embora alguns desavisados optem por desconfiar da viabilidade concreta de se ter a graduação em Alagoinhas.

Alagoinhas, por sua importância histórica, pela privilegiada posição geográfica e grandeza do povo é maior do que seus gestores, passageiros por excelência, com datas marcadas para “entrar” e “sair”. Alagoinhas é maior do que José da Silva Azi, prefeito de 1959 a 1962, Murilo Coelho Cavalcanti (1963/1966), Antônio de Figueiredo Carneiro, prefeito entre 1967/70, Murilo Coelho Cavalcanti, chefe do Executivo pela segunda vez entre 71 e 72 (mandato tampão inventado pela ditadura), Judélio de Souza Carmo (1973/1976), Miguel Santos Fontes, que governou a cidade entre 1977 e 1982, Judélio de Souza Carmo, prefeito pela segunda vez entre 1983/1988, José Francisco dos Reis, gestor entre 1989/1992, Murilo novamente, pela terceira vez (1993/1996), João Batista Fiscina (1997/2000), Joseildo Ribeiro Ramos (2001/2008) e Paulo Cezar Simões Silva (2009/2012) e 2013/2016.

Em última análise, as conquistas são da cidade e ficam para seus moradores, porque todos os prefeitos passam, mas os efeitos positivos de suas intervenções administrativas e políticas ficaram e ficarão. Não se trata aqui, como pode parecer para aqueles que possuem raciocínios enviesados, de defender nomes, bandeiras partidárias, mas sim de propugnar por aquilo que é positivo para Alagoinhas e capaz de catapultar seu desenvolvimento, atendendo às gerações que estão aí ávidas por oportunidades presentes e futuras.

O curso de Medicina se insere neste viés desenvolvimentista como instrumento agregador de várias possibilidades em campos distintos da atividade humana: conhecimento, sociabilidade, economia.

Portando, a despeito da desconfiança boçal de alguns, que importam-se mais com quem trouxe o curso do que com o salto da cidade no campo acadêmico, Alagoinhas prosseguirá sua trajetória perene, mesmo tendo que conviver (ainda, apesar de seus avanços) com certos segmentos, medíocres até médula, que se preocupam à mancheia com as miudezas da vida social, que por excelência também é política, transformando os embates em meras opiniões desprovidas de consistência intelectual, argumentos convincentes e posicionamentos adequados a quem diz gostar da cidade.

Muitos gostam mais de si mesmos do que da cidade, professando credos incompatíveis com visões futuristas e que coloquem Alagoinhas dentre as cinco principais cidades do interior da Bahia em todas as áreas nos próximos anos: qualidade de vida, saúde, educação, economia, comércio, indústria.

As redes sociais proporcionaram “lugar de fala” para todos que queiram manifestar-se, mas é preciso emergir, sair do submundo da língua portuguesa e argumentar qualitativamente, a partir da percepção de que a cidade é mais importante do que todos nós, principalmente em relação aos políticos, servidores do público, dos cidadãos, contribuintes, eleitores para fazer o melhor para a comuna, obrigação precípua daqueles que possuem mandatos eletivos.

Não há como negar que a implantação de instituições privadas de educação em Alagoinhas nos últimos anos mudou o perfil da cidade e que o curso de Medicina, liberado para apenas 39 cidades brasileiras, é uma grande conquista, cujos reflexos serão percebidos nos próximos anos. Que venham mais cursos!

 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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