Preços do petróleo atingem o menor nível em seis anos

O mercado de petróleo registra novas perdas nesta terça-feira, 13, com os preços do barril no menor nível em seis anos. O barril chegou a ser negociado por menos de US$ 45.

A queda mais acentuada nos preços do petróleo refletem o reforço dos sinais de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não vai reduzir sua produção.

O ministro do petróleo dos Emirados Árabes Unidos, Suhail Mohamed Faraj al-Mazrouei, disse hoje em um evento de energia em Abu Dhabi que a Opep não reduzirá sua meta de produção diária, que atualmente é de 30 milhões de barris por dia.

O representante afirmou que o equilíbrio deve vir dos demais participantes do mercado, que devem se ajustar à demanda menor: “Estamos preocupados com o equilíbrio do mercado, mas não podermos ser os únicos responsáveis por esse equilíbrio”, afirmou. O ministro argumentou que a produção de gás de xisto nos Estados Unidos precisa ser controlada.

Por volta das 9h45,os preços do barril para fevereiro caíam 3,41%, a US$ 44,50, em Nova York. Em Londres, o Brent para entrega no mesmo mês recuou 3,82% e chegou a US$ 45,62 por barril. As cotações registradas hoje são as menores desde março de 2009.

No mesmo evento, Ali Al-Yabhouni, disse que os países da região do Golfo Pérsico não estão felizes com o atual patamar dos preços do petróleo, mas dispõem de reservas financeiras suficientes para atravessar o momento atual.

Entenda

Perto da virada do ano, os EUA reforçaram ainda mais a tendência de desequilíbrio do mercado de petróleo, após o Departamento de Comércio dos Estados Unidos sinalizar que começará a autorizar exportações do petróleo gerado a partir da exploração do gás de xisto. Com a decisão, os Estados Unidos ganham o status de exportadores de petróleo após 40 anos de proibição (até então, apenas o mercado interno era atendido). Os EUA têm potencial para chegar ao patamar de exportação de 1 milhão de barris por dia até o fim deste ano.

O excesso de petróleo no mercado desequilibra oferta e demanda e derruba os preços – que acumulam queda de mais de 60% desde junho de 2014. Analistas que atuam no mercado de commodities consideram que atualmente o excesso de petróleo no mercado gira em torno de 2 milhões de barris por dia.

“Ainda estamos muito levados pelo sentimento e ele continuará a ser negativo, já que não há mudanças na produção”, afirma Thina Saltvedt, analista sênior de petróleo do banco Nordea. (Com informações da Dow Jones Newswires e da Reuters).

 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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