Depois do vinil, gravadoras tentam reviver o disquete

A nostalgia anda presente no mundo da música. Depois de cair em desuso e perder espaço para o CD, os vinis renasceram das cinzas e hoje são um mercado de mais de 50 milhões de unidades por ano no mundo.

A gravadora independente Strudelsoft, de Ontario, no Canadá, porém, resolveu apostar ainda mais forte na onda retrô e tem lançado música em disquetes de 3,5 polegadas.

Os disquetes, vale lembrar o leitor, foram os antecessores do CD-ROM. Capazes de armazenar, 1,44 MB de informação em discos magnéticos protegidos em um case de plástico, eram inseridos em um drive barulhento nos CPUs.

Antes do final da década de 1990, o disquete já estava morto e enterrado, quando os fabricantes de computadores aboliram a entrada dos discos nas novas unidades.

A gravação de música nesse formato é bastante limitada, com qualidade e tamanho bem inferior a qualquer streaming da internet, lembrando mais a rádio AM.

A nova onda retrô, por ora, é restrita à cena vaporwave – um filão da música eletrônica que mistura sintetizadores dos anos 1980, jazz e hip hop. Mas bandas mais populares como Badbadnotgood já apostaram na brincadeira, lançando uma série limitada no formato inusitado.

Os entusiastas da música analógica dizem que o formato interfere na qualidade do som, tornando cada gravação única.

As fitas cassete também voltaram à cena, possivelmente com mais potencial. A fábrica de vinis Polysom, a maior do Brasil, reativada em 2009, anunciou a retomada da produção de fitas em larga escala.

Para os formatos antigos vingarem, no entanto, falta o público consumidor desenterrar aparelhos —ou computadores— capazes de reproduzi-los.

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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