Inclusão da diversidade no mundo do trabalho é tema de fórum

Discutir a presença de mulheres, indígenas, negros, transexuais, travestis, pessoas com necessidades especiais no mercado de trabalho e, principalmente, em posição de liderança. Esse é o objetivo do I Fórum Baiano da Diversidade no Mundo do Trabalho, realizado nesta segunda (23) e terça-feira (24), no Hotel Sheraton da Bahia, em Salvador. Durante dois dias, o Governo do Estado se reúne com a iniciativa privada, sociedade civil, movimentos sociais e organizações não governamentais para elaborar, juntos, metas e políticas públicas de inclusão para parte da população que ainda não tem acesso aos cargos de chefia e direção em grandes empresas. 

Para a coordenadora do fórum, Ângela Guimarães, o evento é um grande encontro de gestores. “A nossa ideia é propor medidas para a incorporação desses grupos, que são atualmente invisibilizados, nos espaços de direção e de comando das empresas. Queremos contribuir para que a diversidade populacional que é o Brasil possa ser refletida nesses locais. Apostamos na diversidade como vetor de competitividade e sustentabilidade das empresas. Pessoas com perfis diferentes, experiências diferentes, histórias de vidas diversas, tendem a enriquecer muito mais as empresas, as políticas de comunicação, a política institucional e como esses negócios são pensados”, explica. 

A iniciativa da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e da Agenda do Trabalho Decente que oportunizar aos baianos vagas também no mercado privado, destaca a secretária da Setre, Olívia Santana. “Já temos políticas públicas no Estado, como o Programa Primeiro Emprego, que vem dando resultados significativos, mas entendemos que também é preciso oportunizar vagas no mercado de trabalho privado. Precisamos sensibilizar para que o setor privado se abra para um novo perfil de trabalhador, garantindo não somente o ingresso, mas a promoção de negros, mulheres, população LGBT e pessoas com deficiência nas carreiras”, afirma. 

Para empresas que já desenvolvem programas de inclusão, essa é uma oportunidade de diálogo para um tema que ainda tem muito o que avançar, de acordo com o CEO da Bayer Brasil, Theo Van Der Loo. “É fundamental que a iniciativa privada participe desse processo, porque emprega muita gente. Eu acredito que, sem a diversidade, nenhuma empresa alcança o potencial que merece, porque temos que representar, dentro das organizações, o que acontece no País, com relação, por exemplo, ao porcentual de negros e mulheres. Notamos que existe uma desigualdade muito grande e precisamos estar em lugares como esse para discutir essas questões, nas quais ainda temos que continuar progredindo”, ressalta o CEO da Bayer Brasil.

Iniciativas

Mas não são apenas as empresas que têm espaço no fórum. Pessoas que fazem a diferença também foram convidadas a apresentar suas iniciativas, como a estudante de direito e assistente administrativa Sellena Ramos. Mulher transsexual, Sellena propôs, dentro da empresa onde trabalha e é reconhecida pelo seu nome social, o projeto ‘Diálogos em Gênero e Diversidade’, que oferece orientação ao público interno sobre identidade de gênero, sexualidade e informações sobre uso do nome social. Assim, ela se sente parte do ambiente na qual está inserida. 

“É muito bom poder ocupar um espaço e, quando a empresa em que você trabalha permite que você dialogue com os funcionários sobre essas questões de forma aberta, que você traga suas demandas, estamos criando mecanismos de abertura de espaço para que outras pessoas trans possam ser assistidas. Não há, hoje, um mercado de trabalho para as pessoas trans, muito embora estejamos o tempo inteiro nos esforçando para nos qualificar. Encontrar locais que possibilitem esse diálogo pode criar mais oportunidades como a que eu encontrei”, conta Sellena.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social – Governo da Bahia – Foto: Mateus Pereira

 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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