2016, o ano em que o caixa 2 vai imperar, com ciganos e tudo mais
Hélder Almeida, ex-prefeito de Camaçari e estudioso da legislação eleitoral, dá um prognóstico fatídico:
– 2016 será o ano das eleições mais judicializadas da história do Brasil. As pessoas ainda não se deram conta das enormes dificuldades que terão para tocar as campanhas.
E os receios dele são pertinentes, por uma razão elementar: muito se discutiu se o financiamento de campanha deveria ser público ou privado, veio o STF e decretou nenhum dos dois. Ou melhor, doações só podem ser feitas por pessoas físicas diretamente aos partidos.
A questão é que isso nunca existiu no Brasil. Ou pior, a tradição é o eleitor tomar dinheiro dos partidos. E quem ‘doa’, na real ‘investe’, liberando o dinheiro para, de alguma forma, cobrar adiante.
Com quase tudo em matéria de dinheiro proibido, estima Hélder, os candidatos serão compulsoriamente empurrados para a ilegalidade.
– Imagine você que montar um simples carro de som num pequeno município vai ser um Deus nos acuda. Com boa chance do caso virar um processo. Nos grandes municípios, onde a complexidade é maior, nem se fala.
Num cenário desses se diz que os prefeitos candidatos a reeleição, apesar de andarem chorando, com justas razões, sobre a avassaladora queda de receita desencadeada pela crise, por estarem com a máquina na mão, terão uma vantagem incomensurável.
Mesmo que ele não cometa crimes, só o fato de ter a prefeitura com toda as vantagens que tal posição oferece, a luta será bem mais desigual.
De quebra, convém lembrar: se em disputas tradicionais os ciganos já atuam com muita desenvoltura, em 2016 o ‘mercado’ para eles estará mais fértil do que nunca.
É só esperar para ver. E quem viver, verá.
Fonte: Bahia.ba