Minério de ferro atinge mínima de 8 meses
Os preços do minério de ferro no mercado asiático caiu para seu nível mais baixo desde o final de junho, pressionado pela lenta demanda do maior consumidor global, a China, enquanto operadores despejam cargas no mercado para reduzir as perdas, em meio a temores de que os preços possam cair ainda mais.
O preço do minério de ferro, produto mais importado pela China em volume, recuou mais de 6 por cento desde meados de fevereiro.
A queda no preço ocorre ainda em um momento em que Pequim promete cortar o excesso de capacidade industrial para combater a poluição, o que pode reduzir a capacidade de produção de aço, colocando pressão no mercado.
O índice de referência do minério com 62 por cento de ferro para entrega imediata na China, teve leve queda de 10 centavos de dólar nesta quarta-feira na comparação com o dia anterior, atingindo 116,70 dólares a tonelada, de acordo com dados da Steel Index.
Esse foi o menor nível para o minério de ferro desde 28 de junho, com o preço caindo mais de 13 por cento este ano.
“Há muitos vendedores competindo por alguns compradores, e esses comerciantes estão em uma corrida para vender antes que os preços caiam mais”, disse um operador de minério de ferro na província oriental chinesa de Shandong, que acha que pode haver fraqueza suficiente para que as cotações sejam derrubadas para menos de 100 dólares por tonelada.
Os preços do minério de ferro tiveram uma mínima de três anos de 86,70 dólares em setembro de 2012, fechando muita minas de alto custo na China, o que forçou as grandes mineradoras globais, como a Rio Tinto e a BHP Billiton, a repensarem expansões e focarem em cortes de custos.
Em declaração recente, um executivo da brasileira Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, afirmou que o aumento na oferta global da commodity esperado para este ano significa que é improvável que os preços em 2014 sejam tão bons quanto em 2013.
Medidas chinesas
O premiê chinês, Li Keqiang, disse na abertura da reunião anual do parlamento em Pequim que o governo vai “declarar guerra” contra a poluição. Parte desse esforço inclui a eliminação de produtores de energia desatualizados.
A China vai cortar capacidade de produção de aço ultrapassada em um total de 27 milhões de toneladas este ano, disse Li, embora o volume represente menos de 2,5 por cento da capacidade total do país.
Além disso, executivos do setor alertaram que siderúrgicas com capacidade adicional 30 milhões de toneladas de produção entraram em construção no ano passado.
O excesso de capacidade na China ajudou a pressionar os preços do aço no mercado interno. O valor do vergalhão caiu mais de 7 por cento este ano, em meio a demanda lenta.
Fonte: Exame