Videoconferência mobiliza estudantes no combate ao Aedes aegypti

conferência dadengue
A guerra está declarada ao Aedes aegypti na Bahia. Na tarde desta quinta-feira (31), orientações de combate aos focos do mosquito transmissor da zika, chikungunya e dengue foram apresentadas aos mais de 900 mil estudantes da rede estadual de ensino, por meio de uma videoconferência transmitida para os 27 Núcleos Regionais de Educação (NRE), nos territórios de identidade que compõem o território baiano. O evento, que faz parte do Programa Ciência nas Escolas, do Governo do Estado, utilizou o tema repercutido nacionalmente.

“Por meio da videoconferência, o conhecimento está sendo levado a todas as partes do estado. É preciso que todos trabalhem juntos para chegarmos ao resultado esperado. O mosquito é perigoso e precisa ser combatido. Os jovens precisam acompanhar esse movimento que acontece em todo o país”, afirma o secretário de Educação do Estado, Osvaldo Barreto.

As palestras foram realizadas no Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador, reunindo especialistas, professores e estudantes de escolas públicas da capital. Juntos, eles sabem que podem fazer diferença com ações de eliminação dos focos de mosquito e conscientização.

Aos 13 anos, Vitória Meneses prestou atenção em cada detalhe das apresentações e tirou lições importantes para adotar como hábitos. “Não podemos deixar água parada. Isso pode provocar o aumento da quantidade de mosquitos e [dos casos] de doenças. É importante colocar garrafas viradas para baixo, areia em vasos de planta e evitar o acúmulo de água nos locais por onde a gente passar”, explica a estudante.

Agentes multiplicadores

Segundo o professor e pesquisador da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) Marcos Vannier, os jovens participam de diversos contextos sociais, onde devem interferir positivamente na redução dos focos do Aedes aegypti. Ele garante que os estudantes podem ser agentes multiplicadores eficazes no combate ao mosquito.

“Os jovens têm acesso mais fácil à casa dos vizinhos, à própria escola e ao trabalho dos pais. Isso tudo representa um raio de ação muito grande e importante. As pessoas têm a concepção de que o poder público deve resolver tudo sozinho, mas as pessoas precisam assumir a condição de protagonista”, ressalta Vannier, um dos palestrantes do evento.

O estudante André Reis, 15, concorda com o professor e acredita que as apresentações contribuíram para uma mudança de concepção. Para o garoto, o combate ao mosquito pode ser feito de forma divertida. “Nós precisamos ajudar quem já luta contra as epidemias. Podemos nos divertir fazendo isso, convidando amigos e conhecidos para participar. Tem como não ser massante”, opina.

Os professores também somaram conhecimento. Apenas na rede pública estadual, eles correspondem a cerca de 38 mil profissionais. Para Gláucio Moreira, que dá aulas de ciências, o assunto proporciona uma troca de experiências. “Eles aprendem e a gente também. Nós, professores, orientamos e, pela experiência de vida de cada, somamos informações. Todo mundo sai ganhando com isso”.

Educação científica

Além da conscientização no combate ao mosquito, o evento estimulou a educação científica em ambiente escolar. De acordo com Maurício Barreto, mestre em saúde comunitária e PhD em epidemiologia, para a melhor compreensão dos jovens, eles precisam de informações baseadas em ciência e esse contato pode interferir no futuro profissional de cada um.

“Estamos ajudando a formar cidadãos. Muita informação técnica foi passada para os adolescentes e isso estimula o aprofundamento deles na ciência. Aqui a gente pode formar, inclusive, futuros cientistas”, ressalta o pesquisador, que também ministrou palestra no evento.

Fonte: Secom Governo da Bahia/Foto: Amanda Oliveira

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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