Vereador Radiovaldo Costa será o "Edésio do PT"? – Maurílio Fontes

O vereador Radiovaldo Costa (PT) exerce o terceiro mandato no legislativo alagoinhense. Seu colega José Edésio, decano do parlamento municipal, cumpre o sétimo mandato, sem nunca ter alçado cargo público majoritário. A vereança parece ser seu limite político.

O mesmo destino, ou talvez menos, estava reservado para Paulo Cezar Simões Silva, atual prefeito de Alagoinhas. Vereador eleito pela primeira vez em 1988, PC se reelegeu quatro anos depois. Em 1996, compôs a chapa majoritária encabeçada por Harnoldo Azi, candidato à Prefeitura de Alagoinhas. Apesar da derrota, a posição de vice proporcionou mais visibilidade à figura pública de Paulo Cezar, naquela época conhecido por um cognome bastante popular (hoje, praticamente esquecido).

Duas vitórias – 1998 e 2002 – o levaram ao parlamento estadual, algo impensável anos atrás. As derrotas nas disputas pelo Executivo em 2000 e 2004, apesar dos pesares, o transformaram na alternativa da direita e lhe proporcionaram maior nível de conhecimento, que dentre outros ingredientes políticos/eleitorais, garantiram suas duas vitórias para a Prefeitura de Alagoinhas em 2008 e 2012.

Paulo Cezar, goste-se ou não dele, se tornou um vencedor na política de Alagoinhas. Lá atrás, no início dos anos 90, os frequentadores da velha Câmara de Vereadores (a exemplo deste articulista), não imaginariam sua trajetória ascendente rumo ao poder. 

Refém de uma estratégia abilolada do Partido dos Trabalhadores, o vereador Radiovaldo Costa não encontra eco às suas pretensões de disputar a principal cadeira do Paço Municipal. Poderá se transformar no “Edésio do PT”, contentando-se em ser um quase eterno parlamentar, sem maior importância no jogo político/eleitoral de Alagoinhas.

A cúpula petista local não confia em Radiovaldo. Fato irrefutável, dito largamente nos bastidores, mas dourado publicamente para manter as aparências partidárias da boa convivência. Puro jogo de cena.

Disputar a Prefeitura de Alagoinhas será fundamental para o futuro político do vereador Radiovaldo Costa. Mesmo derrotado, o que é uma possibilidade nos embates eleitorais, ele sairá maior do que entrou, tendo demarcado espaço político e construído importantes momentos de diálogo com a sociedade alagoinhense.

Derrotado, será uma das alternativas para disputar cadeira na Assembleia Legislativa em 2018. E, possivelmente, a Prefeitura de Alagoinhas em 2020. Manter-se no patamar da vereança poderá ser o começo do fim para Radiovaldo Costa.

Para ele, as condições atuais se mostram favoráveis. A decisão em ser ou não ser candidato majoritário desenhará seu futuro político: do ponto de vista eleitoral (aqui a análise não é qualitativa) pretende trilhar a trajetória de Paulo Cezar ou a de Edésio?

Apesar das grandes dificuldades naturais da campanha majoritária de 2016, se esta for a opção, o vereador terá muito a ganhar (mesmo perdendo, registre-se). Na política, em situações específicas, o perdedor poderá não ter perdido tanto quanto se imagina: ao contrário, o ganhador não será nada mais do que um derrotado com aparência de vitorioso. 

Frise-se, para que não se pense que este texto é desmerecedor da trajetória do mais antigo parlamentar de Alagoinhas: muitos vereadores da atual legislatura acalentam o sonho de ser Edésio; um sonho sonhado, porém longínquo, pelas dificuldades naturais da reeleição.

Façam suas apostas, caros leitores.

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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