Um governo desconjuntado – Maurílio Fontes

O médico reumatologista Joaquim Neto, prefeito de Alagoinhas em razão de condições políticas especialíssimas, sabe o que é um corpo doente, mas parece não reconhecer um governo desconjuntado.

Se é bom em diagnóstico médico (e dizem que é), o prefeito Joaquim Neto parece não saber perscrutar as falhas de seu governo, os pontos fracos, as fragilidades e os secretários anêmicos intelectual e operacionalmente, que nada acrescentam e, mais do que isso, prejudicam a média da avaliação governamental, rebaixando-a para patamar crítico.

Qualquer pesquisa séria registrará a péssima avaliação do governo, que ainda não está na UTI, necessitando da utilização de aparelhos, mas caminha celeremente rumo ao abismo administrativo, político e eleitoral, ou seja, na direção da morte antecipada, abrindo espaços aos adversários, principalmente para o ex-prefeito Paulo Cezar, que assiste de camarote a previsível derrocada joaquinista, abocanhando votos de parte dos insatisfeitos com a administração. 

O prefeito, o chefe de Gabinete e o secretário de Comunicação parecem não compreender que a percepção da comunidade é item de relevância incontestável para quem governa um município com a complexidade de Alagoinhas.

Quando confrontados, retiram do alforje explicação já desgastada: “O governo está trabalhando. A cidade está cheia de obras”.

O mantra indica que o trio não consegue sair do lugar comum e nem compreende a dissonância entre governo e a sociedade alagoinhense.

Alagoinhas precisa de muito mais, merece muito mais e não pode aceitar que mediocridades campeiem na gestão pública e que interesses subalternos prevaleçam em áreas estratégicas do governo.

O trio miolo mole em termos de avaliação política não compreende também o cenário que emergiu das urnas em outubro de 2016: o prefeito Joaquim Neto foi eleito com aproximadamente 35% do eleitorado.

Portanto, começou a governar com 65% dos votantes desconfiados e na oposição. Deste percentual, qual o índice de eleitores que foi conquistado? Não seria temerário afirmar que se aproxima de zero.

Ademais, muitos apoiadores se perfilam na oposição por terem sido maltratados, enquanto “estrangeiros” que mais parecem lordes e pessoas sem nenhum serviço prestado ocupam poltronas macias nas diversas repartições municipais espalhadas pela cidade.

O governo não tem adesão social, não consegue melhorar a percepção comunitária sobre sua performance, não tem articulação política, está sem gestores das pastas de Relações Institucionais e Governo e mesmo assim o trio acredita que a cidade experimenta um período de desenvolvimento nunca existente em Alagoinhas.

O governo vai mal.

Mas algumas pessoas do governo vão muito bem e vivem em um mundo fantasioso e maravilhoso, com todas as facilidades proporcionadas pela “viúva” chamada Prefeitura de Alagoinhas. 

 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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