Traficante morto por rivais em São Caetano tinha ligação com facção do Rio de Janeiro

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Um dos líderes do tráfico de drogas na região de São Caetano, Everaldo Rocha dos Santos, o Everaldinho, estava perdendo áreas de influência do tráfico de drogas na região. Ele andava sumido e foi justamente sua presença na Rua da Formiga, na noite de segunda-feira (28), que atiçou os ânimos e atraiu um grupo rival.

Na troca de tiros motivada pela disputa de áreas, ele foi baleado e morto. Essa é a versão da Polícia para o tiroteio que assustou os moradores da Formiga, ontem, e terminou com a morte do criminoso. Presente no Baralho no Crime da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) como o 2 de Paus, Everaldinho costumava brincar mesmo de esconde-esconde com os policiais.

“Ele era conhecido como Fantasma. Surgia e sumia. E já tem um tempinho que a SSP estava no encalço dele. Ele ia para o Rio de Janeiro, tinha ligação com o PCC de lá, fazia assaltos a bancos, voltava aqui e sumia”, detalha o major José Raimundo Barros, comandante da 9ª Companhia Independente de Polícia (CIPM/ Pirajá).

O major Barros acredita que Everaldinho tenha chegado entre quinta e sexta-feira na região. Segundo o chefe do Serviço de Investigação da 4ª Delegacia (São Caetano), Darlan de Assis, a base de Everaldinho no Rio de Janeiro era na cidade de Macaé.

Na comunidade, Everaldinho não era benquisto pelos moradores, ainda segundo a Polícia. “Ele era do tipo (de criminoso) que pára ambulância do Samu para tirar paciente, se ele não gostasse da pessoa”, detalha Assis, para quem a liderança do bandido se justificava pela audácia.

“Everaldinho era um indivíduo contumaz na prática delituosa. Ele era responsável por alguns homicídios, já que disputava pontos de tráficos de drogas. Ele foi galgando espaço dentro da criminalidade, era bastante articulado, audacioso e chegou a praticar roubos em outros estados”, listou o delegado Nilton Tormes, titular da 4ª Delegacia, responsável pela região de São Caetano.

Troca de tiros gerou operação com 12 viaturas

Após monitorar redes sociais e o WhatsApp, a PM soube que, por volta das 19h, homens estavam ostentando armas e que havia a iminência de um confronto. “Em seguida, começaram a postar áudios em que dava para ouvir bem disparos e até rajadas. Ficamos preocupados de haver inocentes. A população estava acuada, com receio. Quem estava em casa, em pânico; quem estava na rua não podia chegar. A Formiga é um ponto crítico, tem várias saídas e entradas, precisávamos de apoio para entrar”, explicou o major Barros.

Uma operação foi montada para incursão no local. Doze viaturas da companhia local, da Rondesp e da Apolo fizeram o cerco. Segundo o comandante da 9ª CIPM, ao entrar na comunidade os policiais foram recebidos a tiros e, em seguida, os bandidos fugiram. “Foi um cenário de guerra, o negócio foi feio. Ainda bem que no saldo não tivemos baixa (mortes) do lado dos policiais e nem de inocente. Em um cenário desse aí, de fogo cruzado, a preocupação nossa é com inocentes”, contou o comandante.

Eles identificaram então que havia um homem baleado no chão. Esse homem foi socorrido na viatura e levado para o Hospital do Subúrbio e morreu – só depois foi identificado que se tratava de Everaldinho. A polícia não localizou nenhum outro ferido, mas está monitorando as unidades hospitalares para ver se outras pessoas podem ter buscado atendimento.

Na incursão, os policias conseguiram prender Tomás Jeferson Andrade Conceição. Ele estava com três coletes balísticos e drogas em uma mochila. “Nós vamos interrogá-lo ainda e ver a contribuição que ele vai nos oferecer”, informou o delegado Tormes. A PM acredita que ele estava no momento da troca de tiros e pode ter descartado a arma. Junto com Tomás estaria Saul e Cérebro, considerados os homens de confiança de Everaldinho, que conseguiram fugir. Na fuga, Tomás caiu e se machucou e estava na delegacia com um curativo na testa. Ele foi ouvido pelos investigadores.

Bando de Everaldinho executou adolescentes no final de semana

Segundo o Major Barros, o grupo de Everaldinho estaria envolvido com a morte de dois adolescentes na madrugada de sábado com mais de 50 tiros. “Ainda não se sabe o motivo dele ter ‘passado’ (matado) esse menor, não sabemos se ele tinha envolvimento com uma quadrilha rival. A namorada pagou com a vida, por estar com ele, na hora errada, na companhia errada”, afirmou o major. Como o líder estava na região, não é descartada a participação dele no crime.

Fonte: Correio 24h

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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