Trabalhadores do GRUPOFORT paralisam atividades amanhã e segurança da população de Alagoinhas ficará comprometida – Exclusiva

No decorrer da manhã desta quinta-feira, o Alagoinhas Hoje tentou contato com Mariana Bacelar, suposta proprietária da empresa GrupoFort Serviços e Administração Ltda – ME, responsável pelo CICOM em Alagoinhas, e com o Major Menezes, que coordena o serviço, mas não obteve êxito.

A secretária do militar, que atendeu a ligação no número 71-3115-9347, afirmou que ele estava participando de uma reunião. Até o fechamento desta matéria o Major não havia entrado em contato com o Alagoinhas Hoje.

O site também tentou ouvir a suposta dona da empresa por meio de dois números de celulares: um que consta no cartão de CNPJ e outro com terminação 3472. Ambos possuem prefixo 71.

Consulta no site da Receita Federal constatou que a empresa tem sede na Rua Santo Antônio, 42, centro da cidade de Terra Nova.

CNPJ GRUPOFORT 1

Irregularidades

Além de não pagar os salários desde outubro de 2014 de seus funcionários que atuam em Alagoinhas, no 4º Batalhão da Polícia Militar, a empresa descumpre as regras básicas na relação capital x trabalho: não paga adicional noturno, que representa 20% sobre o salário; não deposita os valores referentes ao FGTS; seis trabalhadores que foram demitidos não receberam sequer um real das rescisões; uma funcionária procurou o INSS para dar entrada na solicitação da licença maternidade e foi informada que não teria direito pois sua empregadora não recolhia os valores devidos ao instituto; atualmente, três funcionários exercem suas funções sem que as carteiras de trabalho tenham sido assinadas.

Amanhã, sem outra alternativa para garantir seus direitos, os trabalhadores da empresa vão paralisar as atividades por tempo indeterminado. Com isso, a segurança da população de Alagoinhas, que já é precária, ganhará contornos de uma quase catástrofe, porque a Polícia Militar não faz a gestão do CICOM, terceirizado pelo governo Wagner às empresas privadas em uma área estratégica para a população.

A comunidade alagoinhense pagará a conta de uma equação perversa, mas com elementos claros: incompetência do governo do estado em fazer a fiscalização do contrato; baixa capacidade da empresa em prestar os serviços para os quais foi contratada; falta de pulso da Polícia Militar para agir internamente no sentido de rompimento do contrato; inoperância da Delegacia Regional do Trabalho, que deveria fiscalizar o completo descumprimento das leis trabalhistas e multar a empresa. 

 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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