Sindipetro paralisa bases da Petrobras na microrregião de Alagoinhas
Entre segunda-feira e hoje (12), o Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro) paralisou as atividades em bases da Petrobras na microrregião de Alagoinhas para mobilizar os trabalhadores e protestar contra as demissões nas empresas terceirizadas, que no final de 2014 e início de 2015 atingiram mais de 350 empregados.
Na segunda-feira, a base de Miranga, localizada em Pojuca, foi paralisada e depois da mobilização os trabalhadores voltaram para casa. As bases de Santiago (Catu), Bálsamo (Esplanada) e Buracia (Alagoinhas) não funcionaram, respectivamente, na terça, quarta e hoje. Amanhã, outra base terá suas atividades interrompidas.
Após o carnaval, o Sindipetro intensificará suas ações em defesa da empresa e dos trabalhadores com apoio do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira do Estado da Bahia (SINTRACOM), Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil, Montagem e Manutenções de Camaçari, Lauro de Freitas, Dias D’Ávila, Mata de São João, Entre Rios, Catu, Cardeal da Silva, Pojuca, Araçás, Itanagra e Esplanada (SINDTECCC) e Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado da Bahia (SINDPEC), cobrando da estatal e dos governos estadual e federal atitudes que garantam os empregos.
A Petrobras, mesmo antes da crise, havia adotado a estratégia de desinvestimento na Bahia. Agora, utilizando a linha argumentativa que tem as suas dificuldades como ponto central, a empresa praticamente interrompeu novos investimentos no estado, com reflexos diretos nas terceirizadas e municípios produtores de petróleo.
Em média, cada base da Petrobras na microrregião de Alagoinhas emprega 500 trabalhadores. Na unidade de Bálsamo o número é maior: cerca de 800 funcionários, entre empregados da estatal e das prestadoras de serviço.
A diminuição das atividades produtivas já está impactando na economia das cidades produtoras de petróleo na Bahia, concentradas nas proximidades de Alagoinhas.
O Sindipetro quer discutir com a empresa alternativas que contenham novas demissões e possam, inclusive, rever os desligamentos dos trabalhadores terceirizados, que a partir de dezembro do ano passado e janeiro de 2015 perderam seus empregos.
Ingresso
Outro item da pauta de reivindicação do Sindicato dos Petroleiros está voltado para o ingresso dos concursados visando suprir lacunas em áreas importantes da Petrobras. Em 2014, de acordo com informações do Sindipetro, 800 trabalhadores da empresa se aposentaram e até agora não foram substituídos.
O sindicato defende a punição dos culpados pelos desvios, mas alega que não se pode atribuir à grande maioria dos funcionários da Petrobras responsabilidades pelos acontecimentos que colocaram a empresa na situação atual.
Fotos: Sindipetro Bahia