Selic deve voltar a ficar abaixo de 10% só em 2020
Após o Banco Central (BC) ter acenado para a possibilidade de novos aumentos de juros em 2016 e com o acolhimento do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, os agentes de mercados apostam em Selic elevada por um tempo ainda mais prolongado que o previsto anteriormente.
A projeção para a Selic no próximo ano passou de 14,13% para 14,25% no Boletim Focus mais recente, ou seja, no mesmo patamar atual. Até o dia 25 de novembro, dia da prisão do banqueiro André Esteves e do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral, a perspectiva ainda era de corte nos juros para 13,75%.
As projeções para os anos seguintes também aumentaram. Os agentes do mercado consultados BC elevaram de 11,50% para 11,75% a estimativa da Selic em 2017 e de 10,50% para 10,75% as apostas para 2018.
A expectativa para 2019 foi mantida em 10% e apenas no ano seguinte o mercado prevê recuo, ainda que marginal, para patamar abaixo de 2 dígitos. Com previsão de Selic em 9,88%, a taxa de juros ainda seria a maior desde abril de 2010.
Apesar de mostrar leve queda na estimativa — de 10% para 9,88% — esse cenário ainda pode mudar nos próximos dias, especialmente com a reação dos agentes de mercado ao trâmite do impeachment de Dilma Rousseff.
As primeiras coletas do BC para a Selic de 2020, em 26 de novembro, apontavam para juros em 9,50%, mas a inflação resistente e a crise política fizeram a aposta subir para 10% até o dia 3 de dezembro.
Assim, a suave redução nas expectativas na última coleta do BC, na sexta-feira (4), ainda não é animadora, apenas uma garantia de que o recado das taxas elevadas por “tempo suficientemente prolongado” tão propagada nos documentos do BC podem significar juro em 2 dígitos por mais 5 anos.
O último longo período que o Brasil havia passado com a Selic em dois dígitos começou em janeiro de 1998 e terminou em junho de 2009.
Fonte: Terra
