Rui vai ver o papa e a anemia falciforme

Na viagem que fará à Europa na próxima semana, Rui Costa tem alvos bastante definidos, com foco principal na área de saúde. Em Portugal, visitará uma empresa especializada em biotecnologia para adquirir as técnicas de construção de um predador para o Aedes aegypti, o mosquito do triunvirato do mal, dengue, chikungunya e zika.

Na Itália, além de indústria de próteses, também visitará um fabricante de remédios contra o câncer e, em Milão, a ITF, empresa especializada na produção de hidroxiureia, o remédio contra a anemia falciforme.

Eis a questão: a hidroxiureia é um remédio barato, não interessa muito aos laboratórios. Diz o secretário Fábio Vilas-Boas (Saúde) que a anemia falciforme é doença de preto e pobre. E a Bahia tem a maior incidência do mundo fora da África.

A ideia é comprar o medicamento e a tecnologia para produzir aqui, na Bahiafarma, e transformar o estado no centro de referência de tratamento da doença.

Tudo isso sob as bênçãos do papa Francisco. Rui agendou uma visita a ele. E sua santidade aceitou de bom grado.

Números – A anemia falciforme, a doença que ano passado matou Rilza Valentim, a prefeita de São Francisco do Conde, é traiçoeira. Pode provocar AVC e que tais.

A maior incidência é na Bahia, um para cada 650 nascidos vivos, ou 360 novos casos por ano. A segunda é o Rio, com um para cada 1.200 nascidos vivos.

Prevalência – A prevalência é na população negra, mas nos quatro mil casos hoje tratados em 22 serviços em Salvador, Feira, Conquista, Ilhéus, Itabuna, Barreiras, Juazeiro e Alagoinhas, tem também brancos e índios. A Sesab suspeita que o número chega a 20 mil. Muita gente tem e não sabe.

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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