Rui decide na 2ª como será sua participação nas campanhas

rui-costa

O governador Rui Costa ainda não sabe se irá subir no palanque dos três candidatos à prefeitura de Salvador que compõem a sua base – Alice Portugal (PCdoB), Pastor Sargento Isidório (PDT) e Cláudio Silva (PP). Ele afirmou, nesta sexta-feira, 12, que irá se reunir na próxima segunda, 15, com a coordenação política do governo para discutir uma agenda para a campanha na capital e em cidades do interior, ressaltando que o tempo é curto.

“Pretendo ir a algumas cidades do interior, mas não sei ainda quantas. Em Salvador fui nas três convenções, mas não defini ainda a forma de participação, não sei do ponto de vista legal o quanto posso aparecer. Na TV e  rádio só com Alice posso falar, mas em outros eventos não há restrição. Agora, eu sou  governador da Bahia, não sou prefeito de Salvador, então não vou ficar só em Salvador”, disse Rui.

O governador disse ainda que deverá ir a todos os municípios que contarem com programas de TV e rádio. “Principalmente onde a base do governo estiver resolvida. Onde tiver mais de um candidato da  base, eu devo aguardar um segundo momento mais perto da eleição, quando o quadro eleitoral estiver mais definido”, complementou Rui, durante o evento em que recebeu o relatório final da Comissão Estadual da Verdade (CEV), nesta sexta, na Governadoria – leia ao lado.

Reunião

O governador disse, ainda, que irá a Brasília na próxima terça, 16, para participar de uma reunião, no Senado, com a presença de governadores das regiões Norte e Nordeste. Na pauta estão os benefícios dados pelo governo federal aos estados. Rui não poupou críticas à proposta do governo federal.

“Não é razoável que 91% dos recursos envolvidos nos benefícios dados aos estados estejam só para as regiões Sudeste e Sul. A população do Nordeste representa 28% da população brasileira, mas terá apenas 4% dos benefícios financeiros. Quem mora no Norte e Nordeste não pode ser prejudicado porque outros não cumpriram seu dever”, disse o governador.

Rui diz que vai propor que seja feita uma nova forma de “repartir o bolo”. “Se o tamanho do bolo está dado, se não tem mais fermento para colocar, então vamos repartir de maneira diferente. Não é razoável que um estado como São Paulo tenha benefício por mês de R$ 500 milhões, enquanto a Bahia no ano inteiro vai ter R$ 300 milhões”, disse.

O governador falou sobre a tese do parcelamento de salários dos servidores estaduais. “Mantido o cenário atual, não haverá parcelamento e o 13º está garantido. Agora, se a situação  continuar piorando, eu não posso confirmar nada. É difícil falar de futuro nas condições que o Brasil está vivendo”, disse ele.

Rui ainda afirmou que a arrecadação própria do estado tem se mantido num patamar razoável. “A perda na arrecadação própria tem sido real, não nominal. Mas do FPE (Fundo de Participação dos Estados), que é transferência federal, a perda é  nominal. Tivemos meses este ano que a arrecadação foi menor por mês do que em 2014”, afirmou.

Comissão pede fim de autos de resistência

A Comissão Estadual da Verdade sugere ao governo da Bahia a extinção dos autos de resistência – ocorrências em que um policial mata alguém e alega legítima defesa –, como forma de proporcionar a realização de inquéritos mais efetivos. Esta é uma das recomendações que integram o relatório final da comissão, entregue nesta sexta-feira, 12,  Dia Nacional dos Direitos Humanos, ao governador Rui Costa, em solenidade na Governadoria.

Com três volumes e 2.217 páginas, o relatório diz que a violência contra os oposicionistas ao regime militar aconteceu desde o começo e alcançaram todos os âmbitos da sociedade, passando por universidades, meios artísticos, sindicatos e movimentos sociais. “Quem chamasse de golpe era punido. Chamava de revolução, para defender a democracia contra a corrupção e a subversão”, diz o coordenador da comissão, Joviniano Neto.

No discurso, Rui disse que todos os autos de resistência na Bahia são investigados pela Polícia  Civil. Ele considera que está havendo retrocessos no Brasil e no mundo em relação aos  direitos humanos, citando como exemplo o número de homicídios no Brasil, a saída do  Reino Unido da União Europeia e casos de racismo nos EUA.

Maconha

Rui ainda disse que concorda com a legalização da maconha, mas não apoia  o debate em torno da descriminalização das drogas. “Na minha época de faculdade, a droga  usada pela meninada era a maconha. Maconha nunca impediu ninguém de estudar, de se  formar. Mas não posso falar de legalização de droga com o efeito que o crack tem na vida da  pessoa”.

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

Menu de Topo