Rodoviários exigem atrasados para operar ônibus em Feira

Trabalhadores foram ao sindicato para obter informações sobre a continuidade do serviço - Foto: Luiz Tito l Ag. A TARDE

Nove dias após a paralisação dos ônibus urbanos de Feira de Santana (distante a 109 km de Salvador), começaram a chegar à cidade os veículos que operarão em caráter emergencial. Ao todo, 61 veículos já estão prontos para circular, mas os rodoviários só assumem o serviço após receber pagamentos em atraso.

O contrato emergencial foi assinado pela prefeitura e as empresas de ônibus Rosa e São João, após a 18 de Setembro e a Princesinha retirarem os seus ônibus, alegando falta de condições financeiras para o abastecimento da frota.

“Estamos prontos para funcionar, mas aguardando os trâmites que o município exige. A nossa expectativa é grande”, disse um dos rodoviários que aguardam ser chamados para trabalhar.

Segundo as empresas, 140 ônibus operarão neste contrato emergencial de 180 dias. A Auto Viação São João e a Rosa são as vencedoras da licitação cujo resultado foi divulgado há 11 dias, desagradando à 18 de Setembro e à Princesinha, que alegam irregularidades no processo.

As vencedoras têm o prazo de seis meses para começar a operar pelo período de 15 anos. Para isso, elas devem trazer de São Paulo 270 veículos 0 km.

Salários

A prefeitura havia afirmado que os ônibus só circulariam a partir de quarta, 26, e o prefeito José Ronaldo de Carvalho disse que os veículos já disponíveis deveriam atender aos bairros com mais usuários. “Mas isto não foi possível, pois  os rodoviários não querem trabalhar sem antes receber  seus  pagamentos (40% do salário referente à quinzena do mês de agosto)”, frisou.

O pagamento da quinzena foi definido numa reunião  sexta-feira entre representantes do Ministério Público do Trabalho, das empresas 18 de Setembro e Princesinha e da prefeitura. Porém não foi feito até o final da tarde desta segunda, 24.

“Caso não sejam liberados  cerca de R$ 655 mil para  os 1.100 trabalhadores, os ônibus não circularão na cidade”, informou Adelino Neto, diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte de Feira de Santana. Sem ônibus a alternativa  é usar táxi,  van ou mototáxi.

Silvana Almeida tem que desembolsar todos os dias R$ 24 para usar mototáxi entre a casa e o trabalho. Segundo Otoniel Santos Silva, “os mototaxistas cobram R$ 16 para me trazer. Como não tenho condições, venho a pé. Não tenho condições de gastar dinheiro todo dia, já que os alternativos não aceitam o vale-transporte”.

Jailson Lima, dono de um boxe no Centro de Abastecimento, diz que as vendas caíram em mais de 50% no centro da cidade. E que muitos usuários de ônibus não vêm fazer compra por não poderem  pagar táxi. Donos de vans reclamam dos que embarcam com  sacolas. “Então eles preferem comprar o básico, próximo de casa”.

Para o taxista Rinaldo Bezerra, há 30 anos na profissão, o fato de a prefeitura ter liberado a categoria para fazer “ligeirinho” (pegar mais de um passageiro, utilizando os pontos de ônibus) não aumentou a procura. “Eles preferem pegar uma van ou até mototaxista porque é mais barato”, lamentou.

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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