Relator do processo contra Cunha foi apoiado por ex-líder da Telexfree

O deputado Fausto Pinato (PRB-SP) é o relator escolhido para tratar do processo em que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é alvo. Cunha foi representado pelo PSOL e Rede Sustentabilidade por supostamente ter mentido a respeito da titularidade de contas na Suíça quando falou na CPI da Petrobras. Além de Pinato, estavam na lista tríplice de possíveis relatores do processo de Cunha os deputados Zé Geraldo (PT-PA) e Vinicius Gurgel (PR-AP).

Advogado, Pinato está em seu primeiro mandato e foi eleito na esteira da votação conquistada pela estrela maior do PRB na Câmara, o deputado Celso Russomanno (SP), que obteve 1.524.361 de votos. Pinato recebeu somente 22.097 e acabou eleito na última vaga para a Câmara dos Deputados. Sua campanha custou, segundo dados do TSE, R$ 143.644,67, valor considerado baixo quando comparado a de outros parlamentares. Seu patrimônio declarado à Justiça Eleitoral em 2014 foi de R$ 117.341,13.

No entanto, o parlamentar recebeu nas eleições de 2014 doações de campanha de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, por meio do Comitê Financeiro Único. De acordo com o TSE, a Constran S/A teria doado ao político ao menos R$ 6.480 e a Queiroz Galvão, no mínimo, R$ 5.500.

Além das construtoras, a empresa Bradesco Saúde teria doado cerca de R$ 12 mil a Pinato. A Pag Club e a rede de supermercados Pessotto também doaram, aproximadamente, R$ 10 mil cada uma.

A candidatura de Russomanno teve esse propósito de fato, alavancar a bancada do PRB na Casa para obter mais tempo de TV no horário eleitoral e assim disputar a prefeitura de São Paulo com mais exposição e, na avaliação do pré-candidato e de seu partido, mais chances de vitória.

A partir da escolha de Pinato como relator, começa a contar o prazo da entrega do relatório preliminar, que vai ocorrer na sessão do dia 24. A partir da entrega do relatório preliminar, Cunha terá 10 dias úteis para apresentar sua defesa. O prazo total do processo, de 90 dias, começou a ser contado na terça-feira (3), quando da instalação do processo no Conselho de Ética. Esse prazo de 90 dias pode ser prorrogado por outros 30 dias. 

É esse relatório preliminar que define pela continuidade ou não do processo. Ao final da sessão em que foi escolhida a lista tríplice, Pinato chegou a declarar que não tinha medo de relatar o processo contra Cunha e que o faria sem problemas.

Fonte: iG

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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