PT de Alagoinhas é um partido sem rumo – Maurílio Fontes
Hoje (31), termina mais um prazo definido pelo Partido dos Trabalhadores para anunciar seu candidato à Prefeitura de Alagoinhas.
Não sairão fumaça branca da chaminé petista e nem a expressão habemus candidatus se tornará pública.
Após tantas e injustificáveis protelações, o PT parece mais um ser exangue, que sem forças, não consegue superar seus dilemas e construir novos caminhos que o reabilitem das recentes trapalhadas.
O entorno do núcleo dirigente perdeu também a racionalidade analítica, tão importante na política, e mais ainda nos momentos de crise.
Ao invés de aceitar as defecções com serenidade democrática e humildade franciscana, partiu para cima daqueles que desejavam sair. Objetivo: conter as evasões. Perdeu as batalhas. Sinal de que não está preparado para a guerra eleitoral que se avizinha.
O PT de Alagoinhas também perdeu o charme daquele tempo em que governava a cidade. Ademais, as questões nacionais jogam sobre os ombros do petismo local um peso desproporcional à sua força.
O tempo passa, o tempo voa, mas a sua figura principal, a partir da qual a legenda orbita, não se dá conta disso e deseja, à despeito das manobras diversionistas, ser o ator principal da ópera bufa petista-alagoinhense.
Ao invés de ser um dos maestros do embate político, o PT poderá se transformar no bobo da corte, com as deformidades que caracterizavam o personagem.
O PT já não consegue alegrar as pessoas e nem vender a perspectiva de um futuro melhor para a sociedade alagoinhense.
A eloquência é importante, mas dissociada da realidade factual não terá o condão de transformar concretamente o dia a dia do partido em Alagoinhas.
As pessoas querem oxigênio, mas o ar está irrespirável. Desejam novos horizontes, mas veem um céu cinzento. Sonham com leveza, mas carregam o peso do personalismo petista.
Quase um ano após o início do processo interno para definir seu candidato à Prefeitura de Alagoinhas, o PT experimenta um dos maiores impasses de sua trajetória. Perde militantes, perde força e não encontra novos caminhos.
E mais do que isso: desmerece o candidato vitorioso na disputa interna. Relegado a plano secundário, foi esquecido e não faz parte dos planos dos dirigentes estaduais, os senhores da decisão petista. Para eles, o projeto (jargão de quinta categoria) é mais importante do que as questões locais.
A decisão cartorial é o melhor que o PT tem a oferecer aos eleitores alagoinhenses.
A sociedade quer um céu estrelado, mas estrela do PT de Alagoinhas perdeu o brilho e se tornou opaca. Aparentemente, muitos filiados, inclusive aqueles que desempenham funções de comando, não se deram conta disso.
O PT aposta na persistência de um nome, no falseamento da vontade unilateral e na minimização dos apoios políticos/eleitorais a um ex-petista.
Definitivamente, o PT de Alagoinhas é caso para o divã e não para um mero cronista político.