Promessas para atrair votos a Chinaglia não terão efeito, dizem aliados de Cunha

Aliados do candidato à presidência da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) minimizaram as investidas do Palácio do Planalto para convencer os parlamentares a migrar para a candidatura do petista Arlindo Chinaglia (SP).

Para os líderes ouvidos pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a perspectiva de obtenção de cargos no segundo escalão do governo ou mesmo liberação de emendas parlamentares terão pouco efeito no resultado da disputa que acontecerá em 1º de fevereiro.

Em reunião com integrantes dos pequenos partidos da Câmara no Palácio do Planalto, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, sugeriu que os votos na candidatura de Chinaglia à presidência da Casa podem levar a nomeações de cargos no governo Dilma Rousseff.

O ministro chegou a listar aos presentes uma série de órgãos do governo que estão vagos para serem preenchidos após a eleição para as presidências da Câmara e do Senado.

Os deputados avaliam que a operação do governo nos bastidores da eleição na Câmara fortalece a candidatura de Cunha. Apesar de ser da base governista, o peemedebista defende uma presidência com posição de independência em relação ao Executivo.

Para os deputados, o Planalto se mostrou descumpridor de promessas nos últimos anos, portanto não seria capaz de convencer os aliados a mudar o voto neste momento. “Os deputados já estão vacinados porque esse governo se caracteriza por não cumprir acordos”, comentou o vice-líder do PMDB, Lúcio Vieira Lima (BA).

O PMDB estima que Cunha terá aproximadamente 300 votos na eleição, o que daria a ele uma vitória já em primeiro turno. Os peemedebistas esperam que Chinaglia desista e que o PT aceite um acordo para a composição da Mesa Diretora da Casa.

Na avaliação dos apoiadores de Cunha, nem o aceno com liberação de emendas poderia persuadir os parlamentares, uma vez que o País vive um ano de aperto fiscal observa Lima. “O governo não tem capacidade para operar, não tem recursos, então não tem muito o que oferecer aos parlamentares”, concluiu.

O líder do PTB, Jovair Arantes (GO), considera arriscado o governo se envolver na sucessão da Casa num momento em que o Parlamento quer reforçar sua independência. Para ele, liberação de recursos de emendas ou espaço no segundo escalão não funcionarão. “Esse negócio de emenda não cola”, disse o líder da bancada, que já fechou apoio ao peemedebista.

Fonte: ESTADÃO

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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