Presença política da mulher cresce nas Américas
A representação política da mulher na América segue progredindo, apesar da redução do número de chefes de Estado e de governo nos últimos dois anos, indicou um relatório apresentado nesta quarta-feira pela ONU e a União Interparlamentar.
No dia 1º de janeiro de 2017, a presença de mulheres nos postos de responsabilidade política na região chegava a 25%, um recorde histórico, e superior aos 22,4% registrado em 2015, quando o último estudo desse tipo foi realizado.
Nicarágua e Canadá lideram a classificação quanto ao número de ministérios comandados por mulheres, com mais ministras do que ministros.
No mundo todo, apenas outros quatro países repetem a mesma receita: Bulgária, França, Suécia e Eslovênia.
O Peru, com 36,7% dos cargos ministeriais ocupados por mulheres, a Colômbia (35,3%) e o Chile (34,8%), vêm na sequência do ranking nas Américas.
No fim da lista estão o Belize, com nenhuma ministra, apesar das nomeações para o governo ainda não terem se encerrado, e o Brasil, que tem apenas Luislinda Valois no Ministério de Direitos Humanos e Grace Maria Mendonça na Advocacia-Geral da União.
O relatório destaca a tendência negativa vivida no governo brasileiro, que em 2014 tinha uma participação de 25,6% das mulheres nos ministérios, um índice que caiu para 15,4% em 2015.
Na data quando a pesquisa foi realizada, já no governo do presidente Michel Temer, apenas Grace Mendonça ocupava um posto com status de ministério.
Quanto aos parlamentos, o destaque é o caso da Bolívia, país no qual as mulheres ocupam 53,1% das cadeiras na câmara baixa, o segundo maior índice do mundo, e 47,2% na câmara alta.
Nas primeiras posições também estão três países latino-americanos com sistema parlamentar unicameral: Cuba (48,9%), Nicarágua (45,7%) e Equador (41,6%).
Já no fim da lista estão Haiti e Belize, países com menor presença da mulher dos parlamentos no mundo.
O progresso da representação política das mulheres nas Américas contrasta com a estagnação vivida atualmente em escala global.
A melhoria ocorre apesar de a América Latina ter perdido duas de suas líderes mais poderosas após o impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff e o fim do mandato da ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
Atualmente, a chilena Michelle Bachelet é a única chefe de Estado ou de governo nas Américas, e uma das 17 que havia em todo o mundo no dia 1º de janeiro de 2017.
Fonte: Exame