Preço das frutas chega a ficar 35,87% mais caro em Salvador

vegetais

Há cerca de um mês, o suco de fruta da hora do almoço perdeu lugar na mesa da dona de casa Aline Mota, que substituiu a bebida pela mistura para refresco em pó.  “Com o dinheiro que eu ganho tenho que fazer render né? O que não pode é faltar”, conta. A economia da dona de casa tem motivo. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE), em Salvador, a alta do preço das frutas no acumulado de 12 meses em fevereiro chegou a 35,87%, número maior que a média nacional que ficou em de 23,89%.

“É um impacto proveniente do clima. O verão diminuiu a possibilidade de oferta o que acabou encarecendo os preços das frutas”, explica o economista da Fundação Getúlio Vargas, André Braz. Até o meio do ano, o consumidor vai ter que abrir mão da fruta que no momento está mais cara e buscar as que estão em promoção, se quiser economizar. “Com aproximação do inverno e a regularidade das chuvas, o preço tende a cair”, completa Braz.

O CORREIO passou pelas Feiras de São Joaquim, Sete Portas, por banquinhas próximas às sinaleiras no bairro da Barbalho e mais quatro supermercados e mercadinhos do Alto das Pombas, Engenho Velho da Federação, Nazaré e Engenho Velho de Brotas em  busca de onde o preço das frutas está mais em conta. Ao todo, a reportagem esteve em dez  estabelecimentos e viu que entre as frutas que registraram uma alta maior no preço, o maracujá ganha disparado a disputa. O quilo da fruta – que deveria acalmar os ânimos em tempos de crise – ficou por R$ 11,99, no Supermercado G Barbosa do bairro de Brotas.

Ainda assim,  não vai ser preciso abrir mão do mousse de maracujá na hora da sobremesa. Na Casa das Frutas São Felipe, no Engenho Velho de Brotas,  a reportagem achou o quilo da fruta por R$ 4,99 .  O  valor chega a ser 226,6% mais barato do que os quase R$ 12 cobrados pelo local mais caro. Segundo o proprietário da venda, Jovemário Marinho,  até a “quebra” entra no jogo de  negociação para  que o cliente não deixe de comprar. “A gente faz o possível para não deixar ele sair de mão vazia”.

Também dá para achar fruta em promoção em supermercados. O quilo da maçã nacional no Extra Vasco da Gama está custando R$ 4,28. Em outros lugares, o preço é quase o dobro, chegando a  R$ 8,95.

Mesmo com outras frutas em oferta, foi a laranja que ficou no “precinho”. O quilo saiu por R$ 1,60 na Casa Laranja e Cia, no bairro de Nazaré. O preço mais salgado foi encontrado na banca de frutas em uma sinaleira em frente ao Colégio Iceia, no Barbalho, onde o “sacolão” com doze  laranjas custava R$ 3,00.

Feira compartilhada
O jeito que a química Cátia Maltez encontrou para reduzir a despesa com as frutas foi dividir a feira com as filhas, Joana e Clarissa. Juntas, elas conseguiram economizar, cada uma, cerca de 71,4% com a feira da semana. Cada uma delas  gastava em média R$ 60 por semana, ou seja, uma feira de R$ 180. Com a divisão, a feira passou a ser de R$ 104, ficando R$ 35 para cada. “Além de economizar, evitamos o desperdício”, conta Cátia.

A ideia surgiu quando Clarissa descobriu, por meio das redes sociais, um serviço delivery de entrega de frutas e legumes orgânicos, com preços bem abaixo do que encontraria no supermercado. “Conseguimos comprar produtos orgânicos por um preço muito próximo de frutas e legumes que não são orgânicas. Valeu a pena comprar em quantidade e dividir ”.

Segundo Joana, que vai a supermercados várias vezes por semana, o preço da laranja orgânica, que saiu por R$ 3 a dúzia, foi o mais em conta. “Se  a gente comprasse no supermercado o que compramos para as três, seria (no valor) de feira de uma só”, garante.

Fonte: Correio 24h

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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