Pré-candidatos do PT se esquivam de comentar críticas sobre ‘hegemonia branca’

Pré-candidatos a prefeito de Salvador pelo PT evitaram comentar as críticas feitas por segmentos do partido sobre a ausência de postulantes negros da sigla ao Palácio Thomé de Souza em pleitos anteriores.

O debate veio à tona esta semana, após o vereador Suíca (PT) comentar as especulações no meio político em torno de uma possível candidatura do presidente do Esporte Clube Bahia, Guilherme Bellintani.

“Defendo uma candidatura negra. Mas o partido parece se debruçar sempre em torno de um branco e rico. Guilherme Bellintani, por exemplo, é novo porque tem dinheiro e é branco?”, questionou.

No mesmo artigo, Suíca também mirou um colega de partido, o deputado federal Zé Neto. “Temos ainda o diretório de Feira de Santana, que deve querer um candidato lá também, e esse candidato deve ser o branco e rico do Zé Neto, que nunca ganha”, escreveu.

Dois dias depois, o discurso foi repetido pelo também vereador petista Moisés Rocha. “Eu acredito que essa cidade não pode continuar dando um tratamento de invisibilidade à sua maioria e, à exceção de Valmir Assunção, os outros são quadros brancos”, declarou Moisés ao bahia.ba, em referência ao deputado estadual Robinson Almeida e aos federais Nelson Pelegrino e Jorge Solla.

Robinson, Solla, Pelegrino e Valmir se reuniram no último dia 15 de março como pré-candidatos do PT à prefeitura de Salvador.

Procurado para comentar o posicionamento de Suíca e Moisés, Solla disse desconhecer as declarações. “Não vi essa nota que você está falando”, afirmou.

Por meio de sua assessoria, Robinson declarou que preferia não comentar o assunto. Pelegrino não atendeu às ligações ou retornou até a publicação.

Nos registros de candidatura da última eleição, apenas Robinson, entre os citados, se declarou branco. Pelegrino e Solla informaram que são pardos e Valmir, preto.

 

Fonte: bahia.ba

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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