Pesquisas eleitorais viraram parte do jogo político – Maurílio Lopes Fontes

O início da década de 30 do século passado e a eleição presidencial americana de 1932 são marcos históricos da utilização, ainda que primitivamente, de pesquisa eleitoral como instrumento de aferição das intenções de votos dos eleitores. O Instituto Gallup fez pesquisa com mais de dois milhões de questionários enviados aos eleitores americanos pelo correio. 

No Brasil, a partir de 1942, com a fundação do IBOPE, e nos anos seguintes, as pesquisas eleitorais, lentamente, foram se transformando em ferramentas de avaliação de cenários eleitorais e dos desejos dos votantes. Em diversas eleições, novas regras determinaram os procedimentos dos institutos de pesquisa, algo à moda dos legisladores brasileiros, que primam por ações pontuais e de última hora, sem nenhum sentido de longo prazo.

Na atual quadra política, principalmente na Bahia, as pesquisas viraram parte do jogo político, que possui fundo psicológico e, de certa forma, interesse em “conduzir” os eleitores, a mídia, os financiadores, servindo para o embate, que mais confunde do que esclarece, criando mais zonas nubladas do que céu de brigadeiro.

Partindo do pressuposto de que as pesquisas possuem base científica e mesmo metodologias diferentes devem guardar proximidade com as normas estatísticas, é fácil depreender que os institutos nacionais e baianos, pródigos em apresentar números completamente distintos, cometem erros, no mínimo, metodológicos.  Há, como pano de fundo, sem qualquer dúvida, interesses em manipular o processo eleitoral, criar artificialismos de parte a parte e construir realidades inexistentes. 

Não há inocentes nesta seara, portanto, teria sido necessária a adoção de providências pelas autoridades eleitorais, que nada fizeram para inibir o festival de índices discrepantes apresentados à sociedade baiana nestes últimos três meses, como se o humor dos eleitores fosse manipulável a cada pergunta dos entrevistadores. 

O cidadão comum, ao contrário de certa realidade que as pesquisas deveriam registrar para seu esclarecimento, a esta altura da disputa não sabe quem tem razão. Agora, só resta uma opção: esperar a verdade das urnas no dia 5 de Outubro.

As pesquisas eleitorais na Bahia, diante de tamanhas discrepâncias, não merecem nenhuma credibilidade. 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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