Para apoiar Aécio Neves, Romário exige distância de Ronaldo
O impasse de Romário (PSB) para entrar de vez na campanha de Aécio Neves (PSDB) envolve problemas no campo do futebol e não no político. Uma das condições do baixinho para anunciar a sua aliança em definitivo na chapa seria a garantia de distância de Ronaldo Fenômeno, amigo de Aécio e a quem acusou de envolvimento em suas denúncias contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A exigência tem dividido membros do próprio partido: há quem defenda a lealdade de Ronaldo, que anunciou apoio ao tucano desde o primeiro dia de campanha, e os que querem a influência de Romário e os seus mais de 4 milhões de votos para senador nestas eleições. Para o deputado federal Otávio Leite (PSDB), nesta briga de chuteiras na política, ganha o baixinho.
“Os dois são grandes ídolos brasileiros do futebol. Mas um hoje é senador, e é preciso considerar isso”, afirma. Já o deputado estadual Luiz Paulo Correa (PSDB) disse que desconhece a briga entre os dois, mas garante que o apoio de Romário seria muito importante para a campanha de Aécio no Rio. “Torço para tudo dar certo e essa união se concretizar”, disse.
Uma fonte da campanha do tucano, que também acha que a adesão de Romário é “imprescindível” e não quis se identificar, disse que o poder que Ronaldo acha que tem na chapa é tão grande que estaria pleiteando uma vaga no Ministério dos Esportes num eventual governo do tucano. Porém, nada foi prometido pelo partido ao ex-jogador. Segundo um membro do comitê, a amizade com Ronaldo perdeu a queda de braço e a direção do partido aceitou as condições do baixinho, que também incluem mais verbas para ações de acessibilidade e para esportes.
Agora, o único obstáculo para a aliança tem sido Aécio encontrar uma vaga na agenda para encontrar Romário – uma exigência do baixinho e que deve acontecer até esta quinta-feira, quando o candidato estará no Rio. Segundo Leite, os dois já tiveram conversas por telefone, mas não teria sido o suficiente até o momento. O senador eleito já declarou que não votará na presidenta Dilma Rousseff (PT), mas também negou que tenha decidido por Aécio. Na sexta-feira passada, em agenda no Rio, Romário disse que ainda não havia sido procurado por Aécio.