O Fundo Partidário e o fogo amigo no governo
O senador Walter Pinheiro (PT) voltou a trombar com o governo por conta da sanção presidencial do projeto do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que triplicou o valor do Fundo Partidário, de R$ 289,5 milhões para R$ 867,5 milhões. Diz que Dilma deveria mandar uma MP refazendo tudo. Faz coro desta forma com os colegas Ana Amélia (PP-RS) e Blairo Maggi (PR-MT), além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Estão certos. Por uma razão elementar: se o governo impõe um ajuste fiscal que implica sacrifícios para o povo, com aumentos de combustíveis, energia e, por tabela, alimentos, por que para os partidos políticos e os políticos só há benesses?
É como se a população fosse uma coisa e o mundo da política outro, o que, aliás, o senso comum popular já aponta.
Dizem que o aumento é um ensaio para o financiamento público da política, já que o PT, depois de todo melado em mensalões e petrolões, abdicou de pegar dinheiro privado.
Justifica? Não. Muito pelo contrário, robustece a tese de que os detentores de mandatos eletivos, ao invés de representarem o povo, como dita a essência democrática, só pensam em si, e o resto que se dane.
O fogo amigo dos senadores é pertinente.
Fonte: Coluna Tempo Presente/ A Tarde