Na reta final, Marina e Aécio sofrem com erros em SP e MG
Na disputa por uma vaga no segundo turno, Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) pagam por erros políticos que cometeram, respectivamente, em São Paulo e Minas Gerais.
Na campanha do PSB, Marina é acusada, nos bastidores, de não ter aproveitado a chance de atrair o PSDB paulista quando tinha, há um mês, uma vantagem de 20 pontos percentuais sobre Aécio, segundo o Datafolha.
Marina errou ao não dar continuidade a uma estratégia política que Eduardo Campos (morto em acidente em 13 de agosto) construiu em São Paulo, quando permitiu que o deputado federal Márcio França, do PSB, virasse vice do tucano Geraldo Alckmin. Marina evitou Alckmin, que deverá ser reeleito no primeiro turno.
O governador de São Paulo chegou a ir a um jantar de empresários com Campos e Marina, quando ela ainda era vice. Tucanos paulistas tentaram se aproximar de Marina quando ela abriu grande vantagem sobre Aécio. Mas ela preferiu ficar distante. Agora, no sufoco, Marina tem a preocupação de recuperar essa aproximação. Se for ao segundo turno, a candidata deverá procurar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ela tinha boa relação com Ruth Cardoso e mantém pontes com o ex-presidente.
Aécio teve de dedicar boa arte dessa reta final da campanha a Minas Gerais. O Estado que o tucano governou pode eleger no primeiro turno o petista Fernando Pimentel, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio no governo Dilma.
Um dos principais erros de Aécio foi ter lançado Pimenta da Veiga como candidato. Pimenta estava fora da política desde o final do governo Fernando Henrique e fora de Minas havia mais de 20 anos. Aécio confiou na sua popularidade e menosprezou a força de Fernando Pimentel, que foi um prefeito bem avaliado de Belo Horizonte.
Outro equívoco de Aécio foi ter feito, em eleições passadas, um discurso amistoso com relação ao PT. Havia a chapa Lulécio em 2002 e 2006, quando uma parcela do eleitorado mineiro votou em Lula para presidente e Aécio para governador. Em 2010, havia a chapa Dilmasia, mistura de Dilma para presidente e Antonio Anastasia para governador. O próprio Aécio fez aliança com Pimentel para colocar Márcio Lacerda, do PSB, na Prefeitura de Belo Horizonte.
O discurso duro de hoje contra o PT se choca com a fala amistosa do tucano em pleitos recentes. Há pouco efeito por ser justamente contra Fernando Pimentel, com quem Aécio já se aliou eleitoralmente. Essa dubiedade confunde o eleitorado.
Outro ponto do comentário no “Jornal da CBN” foi a importância do debate de hoje na TV Globo, o último do primeiro turno. Os resultados das pesquisas que serão divulgados hoje deverão nortear as estratégias dos três principais candidatos à Presidência no confronto televisivo desta noite.
Há uma disputa acirrada entre Marina e Aécio pelo segundo lugar. As pesquisas mostrarão se o tucano conseguiu ultrapassar o patamar dos 20% de intenção de votos, empatando tecnicamente com a ex-senadora.
Pela ordem, o debate é mais importante para Aécio, Marina e Dilma. Um tropeço, neste momento, seria ruim para qualquer candidato. Mas seria pior para Aécio porque ele joga as últimas cartas.
A presidente Dilma Rousseff, do PT, pretende continuar na ofensiva, estratégia que vem dando certo. Dilma se fortaleceu nas últimas pesquisas. Ela espera ser atacada duramente por Aécio e Marina. Os dois candidatos estão tentando mostrar para a parcela anti-PT do eleitorado quem teria chance maior de bater a petista do segundo turno.
Fonte: Blog do Kennedy
Marina subiu o tom em relação a Dilma e a Aécio. Criticou com mais força a presidente. Ontem, ela disse que já está no segundo turno, uma forma de tentar neutralizar uma arrancada final do candidato do PSDB.