Ministro diz que Brasil vive crise política e critica negativismo

'Vivemos mais que uma crise econômica, uma crise política', afirma o ministro do Trabalho

O ministro do Trabalho, Manoel Dias  (PDT) disse nesta segunda-feira (18) que o Brasil vive uma crise política, criticou o “discurso negativista” e pediu “torcida a favor”.

“Há um discurso muito negativista, de que o Brasil não avançou, está na beira do abismo e eu entendo que nós estamos vivendo mais que uma crise econômica, uma crise política”, disse Dias, durante evento do grupo Lide, de lideranças empresariais, em São Paulo. “E claro que influencia a questão econômica. As pessoas absorvem, aderem, são contaminadas por esse discurso”.

Dias chegou a comparar os protestos contra o governo Dilma Rousseff (PT) com a mobilização conservadora que antecedeu a derrubada do governo João Goulart (1961-1945), do mesmo PDT do ministro, pelo golpe de 1964. Parte dos manifestantes atuais têm pedido impeachment da petista e uma nova intervenção militar.

“A grande campanha de desestabilização do governo João Goulart era de que o Jango queria fazer uma República sindicalista e de que o Jango queria implantar o comunismo no Brasil. Isso foi tão grande a campanha, através de todos os veículos, grandes veículos de opinião pública no Brasil que contaminou. A classe média apoiou o golpe militar”, argumentou Dias. ” Eu acho que o Brasil precisa ter cuidado com isso, porque a nossa população precisa ter a soma de todos nós.”

O ministro defendeu o direito à oposição e às críticas, argumentando inclusive que “panelaço é uma dádiva da democracia”, mas, em outro momento, alegou ser necessária uma “torcida a favor” para que sua gestão frente à pasta possa ser boa.

“Enquanto eu estiver lá eu quero ser um bom ministro. E para ser bom ministro é preciso ter colaboração, torcida a favor.

Sem pressão para sair
A permanência de Dias no cargo passou a ser questionada depois de o PDT votar contra o governo na discussão da medida provisória 665, que impõe regras mais duras para a concessão e renovação do seguro-desemprego. O ministro também participou da festa do 1º de Maio promovida em São Paulo pela Força Sindical, alinhada à oposição. Ele esteve ao lado do deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade) e de Aécio Neves (PSDB).

Questionado, o ministro negou que esteja pressionado a deixar o cargo, e defendeu a postura da legenda no Congresso.

“O cargo (…) representa um partido, uma bancada que tem 60 anos representa de forma bem clara a nossa posição política ideológica”, afirmou Dias. “Não houve por parte do governo nenhuma cobrança e o partido está no governo e ficará até que a presidente entenda que ele possa contribuir para que as política públicas que foram desenvolvidas até agora elas melhorem ainda mais.”

Apesar do confronto em razão da MP do seguro-desemprego, Dias defendeu durante o evento o ajuste fiscal que o governo tenta implementar.

Fonte: iG

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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