Marmoraria baiana é a primeira com uso 100% de energia solar

As placas fotovoltaicas instaladas no telhado da Medd Mármores foi um investimento para a empresa, que paga apenas R$ 63 à Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), já que essa é a tarifa mínima cobrada. A marmoraria direciona os custos com conta de luz para as parcelas do financiamento do Banco do Nordeste (BNB), por meio do qual pode contratar os serviços de uma empresa de energia renovável, para executar a tarefa num valor de R$ 96 mil, 100% financiado pela linha FNE Sol do BNB, em 120 meses.

Isenção

A Bahia é isenta do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) na geração de energia solar de até 75 quilowatts.

A empresa baiana Ecolnova foi a contratada para instalar as placas. O diretor comercial, André Brasileiro, explica, por nota enviada à imprensa, que o valor de R$ 96 mil foi usado para a compra do kit gerador fotovoltaico e o projeto de energia solar em si. “Ele continuou com um custo fixo que já tinha, sendo que trocou um gasto por um investimento, com a ressalva de que as parcelas do BNB são decrescentes, ou seja, hoje equivalem ao que ele pagava mensalmente em conta de luz, mas em alguns meses já serão menores”, destacou.

André esclarece que os equipamentos de geração de energia solar têm 10 anos de garantia pelo fabricante. “Além disso, após 25 anos, os módulos instalados devem estar com 80% da sua capacidade de geração de energia, comparada à alcançada no ato da instalação”, conta.

Mudanças no sistema

A atuação da Ecolnova só foi possível graças à resolução 687 de 2016, complementar à 482 de 2012, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que trouxe novas regras e parâmetros para a produção desse tipo de energia no Brasil. Outro fato importante, foi a Bahia ter passado a isentar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) na geração de energia solar de até 75 quilowatts.

O consumidor também foi beneficiado com o “autoconsumo remoto”, onde os créditos do excedente gerado por uma unidade de energia podem também ser usados para abater o consumo de unidades consumidoras do mesmo titular situadas em outro local, desde que na área de atendimento de uma mesma distribuidora. O prazo de validade dos créditos, que era de 36 meses, aumentou para 60 meses.

Outra inovação da norma diz respeito à possibilidade de instalação de geração distribuída em condomínios (empreendimentos de múltiplas unidades consumidoras). Nessa configuração, a energia gerada pode ser repartida entre os condôminos em porcentagens definidas pelos próprios consumidores. A Aneel criou ainda a figura da “geração compartilhada”, possibilitando que diversos interessados se unam em um consórcio ou em uma cooperativa e utilizem a energia gerada para redução das faturas dos consorciados ou cooperados.

FNE Sol

Outra ferramenta para contribuir no avanço da energia solar no estado é a linha de financiamento do BNB à micro e à minigeração distribuída de energia elétrica, o FNE Sol, disponível às empresas nordestinas.

O financiamento é destinado a empresas de todos os portes e setores, produtores e empresas rurais, cooperativas e associações. Podem ser financiados sistemas completos envolvendo geradores de energia, inversores, materiais auxiliares e instalação. O financiamento pode ser de até 100% do valor do investimento, a depender do porte e localização do cliente.

O valor das parcelas do FNE Sol é equivalente à redução projetada na conta de energia do mutuário após a implantação do sistema de compensação, no sentido de ele não ter um acréscimo mensal de despesa. Pagando em dia, o banco ainda dá um bônus de 15% sobre os juros. A taxa de juros é abaixo da média do mercado.

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

Menu de Topo