Maioria dos detidos em protesto é jovem e da periferia, mas perfil é variado
A maioria dos detidos levados à delegacia dos Jardins durante a manifestação de sábado mora em bairros da periferia das zonas sul e leste. Mas o perfil dos fichados pela polícia é diversificado, e vai de um militante do PSOL a outro que disse ser do PSDB.
Dos 119 identificados no boletim de ocorrência, 62 têm entre 20 e 29 anos e 14 são menores de idade. Mas o leque é amplo: a detida mais nova tem 14 anos e o mais velho é um funcionário público de 59.
Funcionários públicos totalizam cinco. Há também um detido identificado pela polícia como oficial de Justiça.
Mas a maioria, no recorte por profissões, é de professores e educadores: 14. Há também operadores de telemarketing (2), metalúrgicos da Grande São Paulo (2), vendedores (6), quatro desempregados e um assessor da Câmara Municipal de Diadema.
Vinto e oito jovens disseram ser estudantes –sete deles do segundo grau e apenas um do primeiro grau. A maior parte é de universitários.
Entre esses, há um aluno da USP, uma da Unesp, um do Mackenzie e um da Unifesp -Vinícius Duarte, 26, o único que não foi levado à delegacia, pois saiu do hotel Linsor, na rua Augusta, e foi levado com ferimentos no rosto ao Hospital das Clínicas.
Identificada pela polícia como vice-presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Katerine Oliveira, 23, também está entre os detidos.
A UNE é majoritariamente composta por jovens ligados ao PC do B –partido que comanda o Ministério dos Esportes e, portanto, defende a realização da Copa no Brasil.
A Folha não conseguiu contato com Karine ontem.
Quatro pessoas declararam à Polícia Civil ter filiação partidária –informação pouco comum em boletins de ocorrência. Disseram ser do PSOL, do PSDB, do PCR (Partido Comunista Revolucionário) e um não discriminado.
Oito detidos moram no interior do Estado –desses, três são de Sumaré, município da região de Campinas.
De cidades da Grande São Paulo vieram 27, a maioria de Santo André e Guarulhos.
Na lista de objetos apreendidos com os manifestantes estão bandeiras, lenço preto, megafone, bumbo, caixas de repique e máscaras, além de canivete, estilingue e câmera.
Segundo o boletim de ocorrência, não foi possível individualizar as condutas dos detidos, exceto de quatro rapazes que a PM diz ter “convicção” de que praticaram vandalismo. Eles serão interrogados.
Fonte: Folha de São Paulo