Lula defende projeto que pode limitar Lava Jato

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, na última terça-feira (12), o projeto de lei do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que prevê uma atualização dos crimes de abuso de autoridade e pode limitar os avanços da Operação Lava Jato.

Em entrevista à Rádio Jornal, de Petrolina (PE), Lula disse que já prestou esclarecimentos diversas vezes às autoridades e que ficou “ofendido” quando agentes federais cumpriram uma ordem judicial na casa dele. Em seguida, sugeriu “cuidado” com esse tipo de prática.

— Acho que temos que ter cuidado com o abuso de autoridade de um deputado, de um prefeito, de um governador, de um presidente, de um policial, de um delegado de polícia, de alguém do ministério público. Todo mundo tem que agir de acordo com a lei.

O projeto de lei nº 280, de 2016, de autoria de Renan, prevê pena a autoridades que invadirem residências de suspeitos sem autorização da Justiça; fazer grampos telefônicos e de dados sem aval da Justiça; conseguir provas em uma investigação por meios ilícitos; iniciar investigação sem causa fundamentada; e não fornecer cópias das investigações à defesa do investigado.

Lula afirmou ainda que já colaborou com as investigações da Lava Jato e outras apurações da PF no passado, incluindo depoimentos sobre suas “viagens, sobre medida provisória, sobre depoimento do Delcídio”.

O petista classificou também de “petulante” a decisão da Justiça de o obrigar a depor a policiais federais e procuradores da República no âmbito da Lava Jato no início deste ano.

— Acho muitas das perguntas insólitas, mas de qualquer forma eu sou um cidadão igual a qualquer dos 204 milhões de brasileiros. Eu tenho que obedecer e cumprir a lei igual. Se acham que tenho algum problema, acho que podem investigar a minha vida. Fiquei muito ofendido quando invadiram a minha casa, porque foi insolência, petulância deles.

O ex-presidente voltou a criticar a atenção que os meios de comunicação dão à Operação Lava Jato, à qual ele classificou como uma “pirotecnia”. O petista aproveitou para disparar contra a imprensa brasileira, que “condena” suspeitos no Brasil.

— O que me incomoda nesse processo todo [Lava Jato] é a pirotecnia. É a condenação pela manchete de um jornal e não pelo processo em si. Porque quando condena pela manchete, quando você faz o carnaval, mesmo que a pessoa seja inocentada, ela já está condenada aos olhos da opinião pública. As mesmas manchetes que condenam não pedem desculpas.

Por fim, o ex-presidente contemporizou a fala ao dizer que o único “jeito de alguém não ser molestado nesse país é a pessoa não cometer nenhum erro, trabalhar dentro da Constituição, enfim, não cometer nenhum ilícito”.

Ódio contra o PT

No fim da tarde de ontem, Lula também fez um discurso a apoiadores e sindicalistas na cidade de Carpina (PE). O ex-presidente discursou seu discurso, em que enfatizou o “golpe” que sofreu Dilma e as conquistas do PT, com uma postura “paz e amor” para os críticos do partido.

— Eu acho que a gente tem que dar uma lição. [Para] quem está transmitindo o ódio contra nós [PT], a nossa resposta não é ódio. Nossa resposta é amor. Até porque minha mãe me ensinava quando eu era pequeno: “Se um cachorro latir para você, não lata para ele. Faça carinho que ele logo começa a te agradar. Se uma cobra estiver te mordendo, não morda ela”. Então, temos que fazer assim com eles: eles querem morder, a gente não quer. A gente quer ser feliz, a gente quer viver alegre, a gente quer construir esse País.

Fonte: R7

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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