Lobista ligado a Dirceu e mais dois presos da Lava Jato são transferidos

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O lobista ligado ao ex-ministro José Dirceu Fernando Guimarães de Moura, e os sócios da construtora Credencial Flávio Henrique de Oliveira Macedo e Eduardo Aparecido de Meira foram transferidos da carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, para o Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, na manhã desta sexta-feira (29).

O complexo é uma penitenciária de regime fechado e com finalidades médicas e o pedido de transferência foi feito pelo delegado da Polícia Federal (PF) Igor Romário de Paula. Ele alegou dificuldades de espaço para manter os detentos na carceragem. A solicitação do delegado foi feita na terça-feira (26) e aceita pelo juiz Sérgio Moro um dia depois.

Com a transferência, permanecerão na Superintendência apenas os presos que fecharam acordo de delação premiada e que estão em tomada de depoimento, segundo o delegado Igor. Fernando de Moura foi preso na 17ª fase da operação e Flávio e Eduardo na 30ª etapa.

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No despacho em que autorizou a transferência, Moro reconheceu a falta de espaço nas celas.  “De fato, a carceragem da Polícia Federal, apesar de suas relativas boas condições, não comporta, por seu espaço reduzido, a manutenção de número significativo de presos”, afirmou.

Ele acrescentou que outros presos já foram encaminhados ao complexo e também elogiou as instalações, dizendo que o “local que vem atendendo satisfatoriamente as condições de custódia dos referidos presos provisórios”.

Delação violada

Fernando de Moura chegou a ser solto, entretanto, foi preso novamente porque violou a delação premiada firmada com o Ministério Público Federal (MPF). Ele também perdeu outros benefícios que haviam sido acordados com os procuradores.

As suspeitas

Na 17ª fase da Operação Lava Jato, que prendeu Fernando de Moura, os investigadores focaram em irregularidades de contratos com empresas terceirizadas, contratadas pela diretoria de Serviços, que pagavam uma prestação mensal para Dirceu.

Ainda de acordo com o Ministério Público Federal, Moura representava o ex-ministro da Casa Civil. Moura também é acusado de receber parte da propina paga pelas empreiteiras por contratos na petrolífera.

Os procuradores afirmam que o nome de Renato Duque, também réu em ações da Lava Jato, para ocupar o cargo de diretor de Serviços da estatal teria sido sugerido por Fernando Moura a Dirceu.

Esta fase recebeu o nome de “Pixuleco”. A força-tarefa afirma que o termo era usado pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para falar sobre propina.

Já a 30ª fase foi batizada de “Vicio” e remete à sistemática de alguns servidores que aparentam não atuar de outra forma senão através de atos lesivos aos cofres públicos.

As investigações voltaram para as empresas fornecedoras de tubos Apolo Tubulars, que tem sede em Lorena (SP), e Confab. As duas são suspeitas de procurar diretores da Petrobras para oferecer pagamento de vantagens indevidas em troca de serem contratadas pela estatal.

Os contratos celebrados pelas duas empresas somam mais de R$ 5 bilhões, o que resultou em pagamentos de propinas que passam de R$ 40 milhões. Entre os beneficiários do esquema, ainda de acordo o MPF, está o ex-ministro Dirceu, que teria recebido R$ 1,7 milhão em propina.

A Credencial é uma construtora de Sumaré (SP) apontada pelo Ministério Público Federal ( MPF) como empresa de fachada, que servia como intermediária para repasses de propina aos beneficiários do esquema de corrupção.

Fonte: G1

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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