Juros do cheque especial chegam a 241,3% ao ano, os piores desde 1995

Os juros das principais modalidades de crédito bancário continuaram a subir em junho, segundo dados apresentados pelo Banco Central nesta quinta-feira (30).

A taxa média do cheque especial foi de 241,3% ao ano. O resultado é o pior desde dezembro de 1995, quando registrou 242,23% ao ano.

De acordo com a série histórica do BC, o maior valor para o cheque especial desde o Plano Real são os 294% ao ano de julho de 1994, início da pesquisa mensal de crédito da instituição.

A taxa média de juros no rotativo do cartão de crédito alcançou 372% ao ano. No mesmo período do ano passado, a taxa era de 308,3%. Entre todas as linhas de crédito bancário, o rotativo é a mais cara para o consumidor.

Considerando todas as modalidades de crédito para pessoas físicas, a taxa média de juros em junho atingiu 58,6% ao ano, ante 57,3% registrados em maio. É a maior média da série histórica do BC, iniciada em março de 2011.

A inadimplência do consumidor se manteve estável, em 5,4%. Já os atrasos de 15 a 90 dias, que funcionam como um indicador prévio do calote, avançaram 0,1% no mês, chegando a 5,5% do total de créditos contratados.

Para o chefe do departamento econômico do Banco Central, Tulio Maciel, a atual estabilidade dos indicadores de inadimplência revela uma mudança na dinâmica do calote, tanto por parte do tomador de crédito quanto por parte das instituições financeiras.

“Houve muita exposição na mídia sobre o uso consciente do crédito, isso alterou o comportamento do tomador, além de iniciativas de educação financeira, que aumentaram bastante no país”, explicou Maciel, ao comparar os índices de inadimplência do passado com o atual patamar.

O auge do calote foi registrado em setembro de 2012, quando os indicadores do BC apontaram que 7,21% dos créditos contratados não eram pagos.

NOVOS CRÉDITOS

No mês passado foram contratados R$ 86,9 bilhões em operações de crédito para pessoas físicas, queda de 1,2% em relação ao mês anterior. Já o estoque cresceu 0,7%.

Considerando o total de crédito, houve crescimento de 0,6%. Na comparação com o PIB (Produto Interno Bruto), o estoque de crédito avançou de 54,4% para 54,5% entre maio e junho. O percentual permanece abaixo do registrado no final do ano passado (54,7%).

O crédito livre cresce a uma taxa de 5% em 12 meses. Já as operações com juros e direcionamento controlados pelo governo, que incluem BNDES e crédito imobiliário, cresceram 13% na mesma comparação.

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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