Irmãos se destacam em competição nacional de matemática

A matemática é a ciência do raciocínio lógico e abstrato, que estuda quantidades, medidas, espaços, estruturas, variações e estatísticas. Na escola, a matéria é considerada por alguns estudantes como um verdadeiro problema. Mas há quem se divirta ao estudar álgebra, geometria, aritmética. Dois irmãos paranaenses, por exemplo, não só gostam de matemática, como competem entre si e ganham medalhas como participantes da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).

Em Medianeira, município de 45,2 mil habitantes no interior do Paraná, a estudante Stella Maris Schorr, 17 anos, e seu irmão Gabriel, 14, resolvem juntos questões de matemática. Ela está no terceiro ano do ensino médio; ele, no último ano do ensino fundamental. Mesmo assim, a cumplicidade no estudo da matéria tem uma explicação lógica. Stella e Gabriel são medalhistas na Obmep. Juntos, já ganharam sete medalhas ao longo da competição nacional — uma de ouro, quatro de prata e duas de bronze.

Stella começou a competir na Obmep em 2012 e logo conquistou a primeira medalha. A partir de então, encantou-se com a matemática e passou a obter notas melhores na escola. “Vou muito bem porque passei a conhecer o mundo da matemática, a lógica das coisas”, diz a estudante. “Eu nem conhecia a olimpíada; daí, entrei e comecei a ver quão fantástico é o mundo da matemática.”

As conquistas da irmã motivaram Gabriel. Logo, ele também passou a competir e a ganhar as próprias medalhas. Este ano, conquistou a de ouro. Ele considera a estratégia de estudar com a irmã fator determinante. “Eu a ajudo, e ela me ajuda, bastante. O que a gente não sabe, a gente discute, sempre comentando”, afirma. “A gente discute bastante os assuntos, tanto os dela quanto os meus, porque ela já estudou o que eu estudo agora e eu vejo um pouco do que ela estuda.”

Gabriel entende que a matemática sofre preconceito por parte da maioria dos estudantes e que a falta de incentivos e metodologias alternativas para o ensino da matéria afasta os alunos. “As pessoas têm a matemática como um tabu”, diz. “Elas pensam que a matemática é um monstro de sete cabeças e já pensam: ‘Não vou conseguir’. Se houvesse mais incentivos, se as pessoas fossem atrás, elas veriam que a matemática não é tão difícil assim. Qualquer pessoa pode pegar um cálculo e resolver.”

Incentivo — Em Andaraí, município de 13,7 mil habitantes no sertão da Bahia, o estudante Luan Arjuna Fraga, 15 anos, já tem trajetória vitoriosa na Obmep. Ele coleciona três medalhas de ouro e uma prata, além de uma menção honrosa.

Luan gosta tanto de matemática que pretende se tornar professor. Tanto que já sabe como fazer para incentivar os futuros alunos. “Tentar incentivar as pessoas a gostar; ter paciência para ensinar”, diz. “Se a pessoa não está aprendendo, tentar ensinar de um jeito diferente, com outra abordagem, porque as pessoas aprendem de um jeito diferente.” De acordo o estudante baiano, é um equívoco adotar um determinado método e querer que todos se saiam bem com ele.

A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas é uma iniciativa do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), que avalia o desempenho dos estudantes de acordo com a resolução de questões da matéria em diferentes níveis de dificuldade. A competição é promovida anualmente, com apoio do Ministério da Educação. Este ano, quase 18 milhões de alunos de escolas públicas de todo o país participaram da 12ª edição da olimpíada.

Fonte: Ascom MEC

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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