Importação supera exportação e déficit comercial tem pior resultado desde 1998

A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 1,177 bilhão no mês passado, no pior resultado para meses de outubro desde 1998, puxado pela retração de exportação em todas as categorias de produtos, com forte recuo nos embarques de minério de ferro, soja, milho, aviões e automóveis.

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (3) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. No acumulado de janeiro a outubro, a balança comercial registra déficit US$ 1,871 bilhão ante déficit de US$ 1,990 bilhão de dólares em igual período de 2013.

Em outubro do ano passado, o saldo foi negativo em US$ 230 milhões, enquanto em setembro deste ano, o déficit foi de US$ 939 milhões.

As exportações no mês passado caíram 19,7% fechando o mês no valor de US$ 18,330 bilhões na comparação com outubro de 2013. Já as importações recuaram 15,4% frente a outubro de 2013, para US$ 19,507 bilhões.

Em relação a setembro, as importações recuaram 9,2%. Os destaques foram as menores compras no exterior de combustíveis e lubrificantes, bens de consumo, bens de capital e matérias-primas.

Na comparação de outubro com o mesmo mês de 2013, as exportações somam US$ 191,965 bilhões, queda de 3,7% ante igual período de 2013, enquanto as importações somam US$ 193,836 bilhões, também em queda de 3,7%.

A balança comercial vem sofrendo em 2014 com o recuo de preços de importantes commodities da pauta de exportação brasileira, como minério ferro e complexo soja, numa situação agravada pela dificuldade de venda no exterior dos produtos brasileiros manufaturados e com a Argentina, um importante parceiro comercial do país, reduzindo as compras de produtos brasileiros.

Café

O Brasil exportou um volume recorde de café verde em outubro, com negócios favorecidos pelas boas cotações do produto no mercado internacional.

O país embarcou 3,09 milhões de sacas no mês passado, superando a marca histórica anterior, de 3,08 milhões de sacas registrada em outubro de 2010.

Em setembro de 2014, o volume exportado foi de 2,76 milhões de sacas, e em outubro de 2013, de 2,92 milhões de sacas.

O recorde do maior exportador global de café ocorreu em um mês em que as cotações do produto registraram a máxima de mais de dois anos e meio na bolsa de Nova York, impulsionadas por preocupações quanto à qualidade e o volume da safra do Brasil em 2014 e em 2015, após longos períodos recentes de seca nas regiões produtoras do país.

“O câmbio ainda não afetou os embarques, mas com certeza os preços de Nova York foram o fator que mais ajudou. Temos um estoque de passagem alto. Os produtores têm capacidade de vender esse café”, avaliou o diretor comercial da Exportadora de Café Guaxupé, João Carlos Hopp Júnior, em Minas Gerais.

Fonte: iG

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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