Impeachment não passará no Plenário da Câmara, diz Rui

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O governador Rui Costa (PT) disse, nesta segunda-feira, 11, que o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) não passará no plenário da Câmara dos Deputados. “Graças a Deus o golpe não passará e o povo brasileiro já disse isso”, afirmou Rui., citando o DataFolha divulgado no final de semana, que mostrou que “o grau de confiança em quem está conduzindo o golpe é de apenas 1%”.

Para Rui, os números traduzem que o povo não quer o presidente da Câmara,  Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como vice-presidente da República ou, eventualmente, como presidente. “O que o povo mostrou, em quase 80%, é que quer Cunha fora do Congresso Nacional”.

O DataFolha também revelou que o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), que assumirá em caso de impeachment de Dilma, aparece em todos os cenários sobre a corrida presidencial em 2018  com apenas 1% ou 2% na preferência do eleitorado ouvido.

Dia seguinte

O governador disse, ainda, após a assinatura de empréstimo no valor de R$ 63,9 milhões da Desenbahia para seis municípios,  que a bancada baiana no Congresso dará uma larga vantagem de votos contra o impeachment.

Confiante de que a presidente Dilma sairá vitoriosa no Plenário da Câmara, Rui afirmou que está preocupado em “construir o dia seguinte”.

Ele observa que, mesmo que o Planalto consiga mais de 200 votos contra o impedimento da presidente, o governo saírá do processo com minoria na Câmara dos Deputados.

“Vamos precisar de grande mobilização das forças produtivas, de união nacional, pregar a tolerância, que o país volte a se unir para fazer uma travessia, porque daqui a dois anos teremos um novo processo eleitoral e presidencial”, pontuou Rui.

O petista defendeu um pacto de governança que envolva os governadores de vários partidos políticos. “E que se crie um ambiente político em que tudo que for enviado ao Congresso seja negociado”.

Sobre a antecipação de eleições gerais ou apenas presidenciais, como vem sendo defendido por parlamentares e pela ex-ministra Marina Silva (Rede-AC) para contornar a crise política, o governador disse não acredita que isso se concretize.

“Acho dífícil, porque precisaria de uma posição favorável de todos na cadeia sucessória, já que teriam que renunciar aos seus mandatos, a presidente Dilma como o vice”, assinalou Rui.

Em tom irônico, o governador falou que Michel Temer não demonstra ter essa disposição “O vice quer justamente o inverso. Ele quer chegar à presidência sem ter um voto para isso, sem ganhar uma eleição. E Cunha, com todas as provas contra ele, está agarrado ali (à presidência da Câmara)”.

Blindagem dos Cunha

Rui Costa, que já havia se queixado da atuação  “partidária” do Ministério Público, da Polícia Federal e do Judiciário, condenou a “blindagem” que vem sendo dado à família Cunha pela Operação  Lava Jato.

“Vocês viram a mulher dele, que tem conta no exterior, ser intimada, ser levada à força para dentro do camburão pela Polícia Federal para ir prestar depoimento?”, indagou.. “O que ela tem de especial, que Lula pode ser levado e a mulher dele não pode?”, disse, comparando à prisão coercitiva do ex-presidente Lula.

Rui afirmou estar convencido de que os que “são a favor do golpe são protegidos” pelos órgãos de investigação e os que “são do partido da presidente são perseguidos”. Ele  espera “uma virada” nesta situação após a votação do impeachment.

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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