Greve de petroleiros atinge mais 80% de adesão na Bahia

GREVE PETROBRAS

No terceiro dia de paralisação do sistema Petrobras, a greve na Bahia alcançou alto índice de adesão. Segundo o Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro), cerca de 80% dos 7.500 funcionários da empresa no estado interromperam suas atividades. A greve dos terceirizados, que são 25 mil na Bahia, atingiu 95% nesta terça-feira (3).

Hoje, segundo levantamento dos sindicalistas, a produção de petróleo já foi reduzida em 20%. O objetivo, de acordo com Radiovaldo Costa, diretor do Sindipetro, é diminuir a cada dia a produção nas unidades da Petrobras até se conseguir a parada total. “As unidades estão funcionando abaixo do nível de segurança, com riscos de acidentes, porque existem poucos trabalhadores desempenhando suas funções desde domingo, em turnos praticamente ininterruptos, dormindo nas instalações da empresa e sem descanso adequado”, afirmou Costa.

Na região produtora de Alagoinhas, informou o sindicalista, está havendo piquetes em todas as unidades da Petrobras visando zerar a produção. Uma das estratégias do Sindipetro é interromper o fornecimento de gás, oriundo de Araçás, Água Grande (Catu) e Conceição (Alagoinhas), para as empresas do Polo Petroquímico de Camaçari. “Com isso, esperamos aumentar a pressão sobre a direção da Petrobras”, assegurou Radiovaldo.

Aumento

“Os veículos de comunicação fizeram grande confusão quando informaram que nós solicitamos 18% de aumento. Na verdade, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que possui cinco sindicatos associados, é que apresentou este item em sua pauta. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), com 12 sindicatos, não reivindica reajuste salarial porque para a federação a greve tem como razão principal a defesa da Petrobras”, pontuou o dirigente sindical

Os sindicalistas são contra a privatização de 40% da Petrobras, o corte de investimentos, a demissão de trabalhadores terceirizados e a redução de direitos. O Sindipetro reivindica ainda a convocação dos aprovados no concurso realizado no segundo semestre de 2014. “Apesar de todas as dificuldades, os trabalhadores demonstraram união e estão fazendo uma grave com grande adesão, por tempo indeterminado, em defesa do patrimônio nacional”, garantiu Radiovaldo Costa, “acrescentando “que a mobilização surpreendeu a direção da Petrobras na Bahia e até o mesmo o Sindipetro, que esperava um movimento menor”.

“Felizmente, estamos verificando alto índice de adesão porque os trabalhadores entenderam a importância deste momento para a defesa da Petrobras e de toda a sua história, cheia de sacrifícios de várias gerações objetivando construir a empresa”, finalizou. 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

Menu de Topo