Governo Temer é acusado de proteger empresas escravagistas
Desde 2003, uma das principais armas na luta contra as empresas que exploram trabalhadores em condições análogas à escravidão, especialmente no poderoso setor de agronegócios brasileiro, tem sido a chamada “lista suja”, que nomeia os empregadores flagrados pelo crime.
A “lista suja” deve ser publicada a cada seis meses, mas não foi mais divulgada desde que Temer assumiu a presidência em maio de 2016, após o afastamento da presidenta Dilma Rousseff. O Ministério do Trabalho alega a necessidade de aprimorar as regras da divulgação da lista a fim de não prejudicar empregadores.
“Está claro que o governo está censurando a lista suja e a impressão que fica para sociedade é que neste momento o Ministério do Trabalho tem o objetivo de proteger as empresas, e não os trabalhadores””, disse à AFP o jornalista Leonardo Sakamoto, presidente da Repórter Brasil, uma ONG que investiga empresas acusadas de abusar de trabalhadores.
Cerca de 46 milhões de pessoas em todo o mundo trabalham em condições de escravidão, a maioria delas em Bangladesh, China, Índia, Paquistão e Uzbequistão, de acordo com a Walk Free Foundation, uma ONG com sede na Austrália.
No Brasil, onde a escravidão foi abolida em 1888, estima-se que haja 161 mil vítimas da escravidão moderna. A maior parte delas é composta por jovens de regiões pobres que são atraídos com falsas promessas de boas condições de trabalho nas extensas plantações de soja e cana-de-açúcar do país, ou em suas fazendas de gado.
Fonte: Sputnik Brasil