Fragilidade de Dilma embola jogo político

O que tem a ver o PSDB de Aécio Neves e o PSOL de Luciana Genro? Ideologicamente são diametralmente opostos: o primeiro, arauto maior do neoliberalismo; e o segundo, a extrema esquerda institucionalizada. Mas no placar das três votações do pacote de ajuste fiscal feitas até agora os dois são rigorosamente iguais: ambos votaram 100% contra o governo. São motivações distintas, vá lá, mas, convenhamos, ambos coerentes. São opositores desde sempre.

O PDT é outro partido que votou 100% contra em todas. Diz que está sendo coerente com os seus princípios. Uma coerência meio caolha, convenhamos. É contra o ajuste do governo, mas não larga o osso, está no governo, com ministério (Trabalho) e tudo. É o tal do bônus sem ônus. E anteontem, na questão do fator previdenciário, o PCdoB entrou no time: 100% contra o governo.

Nesse jogo, surpreende os baianos do DEM. Na primeira votação, todos com o governo. Nas duas últimas, José Carlos Aleluia e Cláudio Cajado ficaram a favor, Paulo Azi e Elmar Nascimento tomaram doril. Sumiram. Não aguentaram as redes sociais.

Em síntese, virou uma lambança o jogo partidário na Câmara. Governo é oposição, oposição é governo. Dá para entender? Dá. O jogo político brasileiro é fedorento mesmo.

Fonte: Coluna Tempo Presente/Jornal A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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