Filiação à Rede Sustentabilidade faz parte da estratégia de Radiovaldo Costa para disputar a Prefeitura de Alagoinhas
A confirmação da saída do vereador Radiovaldo Costa do Partido dos Trabalhadores, publicada com exclusividade pelo Alagoinhas Hoje nesta segunda-feira (7), é o ato final do relacionamento tumultuado, nos bastidores, do parlamentar com alguns segmentos do diretório municipal, que insistiram em vetar seu nome como candidato à Prefeitura de Alagoinhas.
Para o público, o partido mantinha as aparências, mas internamente o clima fervia e as discussões não avançaram rumo à definição do nome do PT para disputar a candidatura majoritária em 2016.
O PT pagará elevado preço pela vaidade de alguns de seus membros, que distante das ruas e dos votos, optaram em ser meros burocratas, mas com inegável força para barrar pretensões.
A saída do PT está confirmada. A ação seguinte, a filiação em uma nova legenda, que tudo indica será a Rede Sustentabilidade, faz parte da estratégia de Radiovaldo Costa para disputar a Prefeitura de Alagoinhas, algo tentado a exaustão no PT, que malogrou em razão de questiúnculas pessoais entre o vereador e uns três ou quatro membros do diretório municipal.
Fora do PT, Costa terá mais liberdade e amplitude para formalizar alianças e conversar com partidos políticos atuantes em Alagoinhas. Sendo um partido programático, a Rede definirá os limites das alianças, mas certamente o espectro será maior do que aquele possível no PT.
São notórias as dificuldades que se avizinham em termos de alianças para o PT, que corre o risco de ter candidato majoritário sem coligação e, na pior das hipóteses, ser obrigado pelas circunstâncias de 2016, a apoiar a candidata do prefeito Paulo Cezar em nome do “projeto balaio de gato” de Rui Costa, que não terá nenhum prurido em juntar adversários históricos visando derrotar o DEM em Alagoinhas.
E também o futuro ex-petista.
A candidatura de Radiovaldo Costa pela Rede Sustentabilidade embaralha ainda mais o cenário já turvo e sem prognósticos palpáveis neste momento.
Sem dúvida, a movimentação do vereador é fato político relevante e que impactará no tabuleiro sucessório de Alagoinhas.
Existem muitos riscos embutidos nesta atitude, mas o exercício da política é por excelência uma atividade fora dos parâmetros absolutos da matemática, portanto, sujeito a todo tipo de interpretação e resultados.
Mais jovem dentre os pré-candidatos à Prefeitura de Alagoinhas, Costa não tem nada a perder.
Muito pelo contrário, mesmo que perca a eleição em 2 de outubro de 2016, ele terá demarcado importante espaço político, tornando-se peça importante no jogo sucessório de 2018, quando poderá disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa.
No melhor cenário, se Radiovaldo Costa ganhar a eleição, terá batido duas importantes lideranças políticas de Alagoinhas e ACM Neto.
A caminhada não será fácil, exigirá maturidade, equilíbrio, capacidade de construir um projeto inovador para a cidade, condições de aglutinar apoios fora do eixo natural de sua atuação parlamentar e disposição para enfrentar a pré-campanha e os 45 dias de campanha.
O tempo é que tem as respostas.