Entrega das chaves abre Carnaval um dia antes do tradicional

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Enquanto boa parte da população soteropolitana ainda deixava o trabalho, já era Carnaval na cidade, desde o início da noite desta quarta-feira, 3. Uma das maiores festas de rua do país começou por volta das 18h, depois que o cantor Carlinhos Brown iniciou os trabalhos à frente do lendário trio Caetanave.

Ao contrário dos últimos anos, a folia retornou às origens na praça que carrega o nome do poeta Castro Alves. No entanto, em vez de encerrar as apresentações, o local foi o ponto de partida da festa, embalada por 15 atrações sem cordas, que seguiram rumo à praça da Sé.

Oficialmente, o Carnaval foi aberto por volta das 19h30, no momento em que o prefeito ACM Neto e o governador Rui Costa, juntos, entregaram a chave da cidade ao Rei Momo, o diretor teatral Duzinho Nery, de 38 anos.

“O Carnaval, agora, está aberto. Muita folia em Salvador. A gente pretende fazer a maior festa de todos os tempos, democrática e participativa”, afirmou o prefeito. “Esperamos que seja um Carnaval de muita paz, sem violência, até a Quarta-feira de Cinzas”, vislumbrou.

O governador Rui Costa pediu aos foliões que contribuam para a realização de uma festa em harmonia. “Que todos saibam brincar com alegria, paquera, dança, mas em paz. O aparato de segurança está pronto, inclusive com a implantação de detectores de metais nos circuitos”, apontou Rui.

Nesta quinta, 4, começam a funcionar os 48 portais de segurança, por onde os foliões serão revistados nos três circuitos. “Tudo que foi planejado será colocado em prática, mas vamos torcer para que o Carnaval aconteça sem grandes ocorrências”, afirmou o secretário da Segurança, Maurício Barbosa.

Atrações

Além de Carlinhos Brown, passaram pela rua Chile atrações como Saulo Fernandes, Olodum, Banda Didá e o minitrio Rixô Elétrico, de Fred Menendez. A cultura popular também teve espaço, com o desfile das Ganhadeiras de Itapuã, os Pierrot de Plataforma e marchinhas carnavalescas.

“O que mais desejamos é que o Carnaval transforme as vidas de vocês nessa alegria que toma conta de toda a cidade”, disse Carlinhos Brown. “Vale lembrar que, apesar do clima de festa, não podemos deixar de respeitar os direitos humanos”, acrescentou.

Encarnando o personagem que  simboliza a festa, o Rei Momo Duzinho Nery conclamou aos súditos para curtirem a rua: “Se desarmem. Venham com muito amor e carinho para a gente produzir uma festa linda, do jeito que só o povo baiano sabe fazer”.

Rotina alterada

Mal havia terminado o expediente do dia no bairro do Comércio, a contadora Clara Bezerra, 41 anos, subiu o Elevador Lacerda direto para a folia. “Gostei da ideia de abrir o Carnaval no Centro, pois esse é um local que traz muitas memórias boas da festa”, ela comemorou.

Assim como Clara, em vez de pegar o costumeiro caminho de casa o vendedor Augusto Barreto, 36 anos, emendou o fim do dia com a farra. “Está apenas começando. Ainda tenho quase uma semana pela frente. Sempre na pipoca”, disse ele, que não costuma pagar para curtir nas festas privadas.

A abertura da festa serviu também para reunir uma turma de amigos que repete o ritual há, pelo menos, dez anos. “É apenas mais um motivo para nos vermos. O que não falta é pretexto”, aproveitou a administradora Luiza Oliveira, 38, em meio a um grupo formado por cinco pessoas.

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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